Um dia sem sol

Na antevéspera de São Pedro, o
sol não surgiu entre as serras e a Índia, de bronze, fria e voluptuosa, clama
por admiradores neste dia tão incomum na terra de todos os amantes. E quantas
são as mãos que exigem carícias no corpo nu de uma mulata nativa?
Enquanto o friozinho invade os
pulmões e a preguiça toma-nos de assalto no trajeto entre o sofá e a alcova, o
pensamento viaja até outro lugar, em outra época, em outras situações e retorna
para o presente onde os fantasmas alegres do inverno acalentam as inúmeras
lembranças.
E as rosas?
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Praça Moreno Brandão |
Estas delicadas senhoritas que
habitam as estrelas e as intimidades pessoais e particulares são os criaturas
mais belas do inverno e que requerem um maravilhoso cuidado, um alegre gastar
de tempo e talento que faz com que tudo valha à pena. Estão cuidando, ou
tentando, dessas delicadas criaturas?
Tentar sempre pode. E caso não
arrisque, jamais saberá onde está acertando e errando.
No silêncio das brisas serranas,
a Índia nua, uma rosa pública, continua lá, vislumbrando todos os transeuntes,
seus projetos e expectativas. Agasalhados, passamos a ver as nuvens com os
olhos de pedintes: por uma alegria, por um café, por um calor, por um banho de
chuva!
Ah! O banho de chuva!
E nesse frio, a água é fria em
qualquer lugar e para se molhar mesmo, vamos para a chuva, caiamos na água
limpa que cai do céu e divirtamo-nos!
A vida é uma só e as alegrias não
se acabam quando a chuva passar!
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