Festança Junina, oxi!

A festança nos trópicos brasileiros começou e será um mês de comidas típicas, uma  milharada, danças regionais, forró - a mais evidente, e muita diversão para todo tipo de gosto. O nordeste é o berço dessa festa toda e da mais clara e contagiante manifestação popular do Brasil. Se o poder emana do povo, as festas juninas é a bandeira de todo esse poder e do que a aglomeração popular é capaz de fazer.
Da Bahia ao Maranhão, o povo irá cair no forró, mesmo que o decadente forró eletrônico, em uma contagiante chama que sempre foi capaz de fazer parar qualquer atividade nas terras de grandes personalidades- o nordeste.
Cada estado com suas riquezas e suas tradições, esbanjando cultura e conhecimento, lendas e artesanatos, sorrisos e muita história para uma reveleção inesperada nas noites em que os três Santos são festejados. Embora as datas sejam fixas e poucas, nada impede que todo o mês de Junho seja uma continuação interminável de comemoração.
Infelizmente, as festas juninas perderam muito de sua essência com a inclusão de instrumentos elétricos nas bandas de músicas de forró e na produção medíocre de boas músicas. 
Apesar de tudoo que prejudica o regionalismo, a tradição dos festejos juninos segue forte e firme em cidade como Caruaru-PE, Campina Grande-PB, Arapiraca-AL e nas capitas dos noves estados nordetinos. E a ideia é que esses festejos jamais saiam de cena e que continuem a salvaguardar a cultura do povo.
Luiz Gonzaga
Nesses cem anos de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, nordestino nato, outra fogueira deveria ser acesa e as músicas desse mestre deveriam ser cantadas e dançadas a noite inteira no vasto território do nordeste. Luiz Gonzaga, símbolo de uma era e perpetuador de ritmos, estilos e bom gosto é o que se tem de melhor no nordeste e suas músicas sempre ecoam em algum barracão junino, mesmo que por pouco tempo - reflexo da nossa mania de se assemelhar com outra região ou país.
Larguem essa mania horrorosa!
Dos EUA ao Japão, todos tem a  vontade de estar e ter parte da riqueza cultural e tradicional desse pedaço do Brasil e nós, imbecis de carteira assinada e pé no chão, insistimos em querer implantar costumes que não cabem no cotidiano nordestino e que ridiculariza, muitas vezes, nosso modo de vida.
A fala, a culinária, a música, a literatura, os costumes e crendices, por mais tolas, são parte de um todo que aflora nas festas juninas e que expõe para o Brasil e o mundo todo um labirinto festeiro e divertido que compõe o querido nordeste.
A festança começou e as críticas políticas, sociais e regionais são diminuídas pelo som do bom forró e de uma boa pamonha, sempre acompanha de uma maravilhosa história local. Se Alaguém tem dúvida sobre o melhor lugar para se estar durante estes dias é porque ainda não caiu no universo paralelo que existe no ordeste do Brasil.

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