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O Tamanho do Céu

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A morte é um tipo de solidão degustada entre os vivos como um manjar negro, competentemente servido dia após dia, assim os degustadores queiram. A morte, assim como a vida, tem lá suas facetas, suas histerias, seu desespero, sua alegria. O Tamanho do Céu , de Thrity Umrigar, é a transcrição de uma morte precoce de um infante que significava mais que o sol na vida de seus pais - era também a representação física do amor entre Ellie e Frank. Em um enredo com um ritmo constante, sempre com as emoções evoluindo e retrocedendo frente aos mais diferentes estados de espírito e de localização geográfica, Umrigar expõe ao leitor as diversas faces de uma Índia super populosa que oscila ante o sentimento de sobrevivência e de vontade de viver. O Tamanho do Céu de Frank e Ellie restringe-se a Ben. E para o leitor o céu tem o tamanho da dor e da alegria momentânea de suas personagens. Com a morte de Ben, a superação da perda de seu filho por Frank e Ellie, o início da paixão e do amor ...

A Redescoberta do mundo

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Capa da Obra Com o tempo pode-se acabar cavando grandes distâncias entre o que se quer ser e o que pode tornar-se. O tempo nem sempre é justo, mas a vida é apenas um reflexo das decisões que se toma ao longo desse mesmo tempo inflexível. E quando o calendário passa o mais importante, ao notar o caminho que se tomou, é o quão importante foi a escolha e se esta satisfaz às expectativas. E se de repente valeu a pena mais não trouxe a felicidade que deveria ter trazido, é válido romper com o momento atual e partir para o recomeço, nem sempre fácil, nem sempre certo. Ilustrando como a vida pode se desenrolar e o quão o tempo pode ser opressor, Thrity Umrigar relata a história de quatro amigas, vários segredos e culpas e uma morte à espreita. Mais que isso, Umrigar mostra como se pode romper com as consequências de uma decisão e, aceitando seu peso, pagar o preço no tempo devido. Revela o poder da amizade e o amor, às vezes mais que fraterno, entre os amigos e quebra o paradigm...

Mitologia não é pecado

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Medusa -Mitologia Grega Que a Língua Portuguesa, agora unificada na maioria dos países que falam o idioma, e a Matemática são parcamente aprendidas na escola, todos sabem. Imagine então a História e a Geografia! Dessa deficiência surgem problemas de comunicação ridículos e totalmente descabidos no contexto do tão falado século XXI. De todos os problemas, a dificuldade de comunicação e, portanto, as dificuldades de interpretação imperam na ingenuidade ignorante do povo, dos estudantes que no amanhã dirigirão o País. Não saber a História do Mundo, do País e da localidade em que vive leva o indivíduo ao embrutecimento intelectual, mesmo que este tenha o poder da matemática em suas mãos. Atente-se, porém, para o fato de que os mais brilhantes matemáticos situarem-se bem em seu tempo apenas por que sabiam da história, sua inclusive. É por não saber a História Geral que os brasileiros, por exemplo, ou uma parte considerável deles, levam ao extremo do achismo imbecil figuras...

A distância entre nós

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Capa da Obra É muito comum que os empregados domésticos sintam-se como parte da família dos empregadores. E muitas são as razões que levam a esse erro e o principal deles é a demagogia usada nesse tipo de relação. O analfabetismo, quando este interfere no modo de lê o mundo ao redor, também é fator fundamental para a perpetuação dessa mentira dita sob olhares sorridentes e pensamentos irritados. Trabalhadores domésticos são trabalhadores como outro qualquer e não devem misturar-se com a família para a qual prestam serviços. Não devem criar laços com os quais poderão enforcar-se em algum momento da vida laborativa. É em um misto de desilusões pessoais, tristeza com o próprio estado educacional e a incapacidade de quebrar paradigmas que Thrity Umrigar narra em A distância entre nós como Bhima, uma empregada doméstica, analfabeta, quebra com o socialmente aceitável e acolhe a neta estuprada, mesmo sabendo que a “desonra” da neta jogará as duas no infortúnio de vida que é o ...

Deixa rolar, uma casa andar!

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Como se pode perder um imóvel? Nas terras palmeiríndias alguém perdeu uma loja. A teoria? A loja foi invadida, todos os móveis e mercadorias foram relocados em outro lugar e uma nova empresa, que vende pastel e pertence à etnia aino, tomou o lugar. A loja andou! Essa teoria foi predominante e chegou a ser verdadeira para a loucura de um ou dois. Só nas terras dos índios mortos é que se pode pensar nisso, mas também só nessa região em que as pessoas se divertem com poucas coisas e com eventos tão malucos, embora simples e justificados. Enquanto alguns se preocupam com as reviravoltas eleitoreiras dessa terra, outros procuram lojas que caminham. E assim, com a chuva brigando com o sol, a pequenez de uns tentando enfrentar o amor de outros, as contas mordendo o além-orçamento, a vidinha bucólica da segunda metrópole alagoana vai costurando novas surpresas. Teorias? Existem aqueles que necessitam de uma teoria, uma hipótese, uma explicação para tudo, inclusive para aq...

Um dia sem sol

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O dia nasceu com nuvens pesadas sobre a índia nua da Moreno Brandão, em Palmeira dos Índios. Essas nuvens, junto com certo frio suave que convida a todos para o aconchego da cama quentinha ou de uns braços queridos! Na antevéspera de São Pedro, o sol não surgiu entre as serras e a Índia, de bronze, fria e voluptuosa, clama por admiradores neste dia tão incomum na terra de todos os amantes. E quantas são as mãos que exigem carícias no corpo nu de uma mulata nativa? Enquanto o friozinho invade os pulmões e a preguiça toma-nos de assalto no trajeto entre o sofá e a alcova, o pensamento viaja até outro lugar, em outra época, em outras situações e retorna para o presente onde os fantasmas alegres do inverno acalentam as inúmeras lembranças. E as rosas? Praça Moreno Brandão  Estas delicadas senhoritas que habitam as estrelas e as intimidades pessoais e particulares são os criaturas mais belas do inverno e que requerem um maravilhoso cuidado, um alegre gastar de tempo e tal...