Greve Geral
Deflagrou-se a segunda greve nas
Universidades Federais e dessa vez os Institutos Federais também aderiram. As
reivindicações são sempre as mesmas, pode até mudar um tópico ou outro, mudar a
nomenclatura de um termo qualquer. Mas tudo é igual, sempre.
Nas Universidades Federais a
greve dos docentes começou em maio e ainda faz escorrer o tempo dos alunos pelo
ralo. E qual o interesse dos discentes em uma greve alheia? Evidentemente,
nenhuma. Aliás, quando tudo vai dar errado ou quando os grevistas conseguem uma
vitória meio fracassada, como tem ocorrido nas últimas greves de setores
diferentes, são os alunos que acaba pagando a conta de um governo inflexível ou
de uma classe que se diz injustiçada.
Injustiças e justiça são
elementos que a docência parece nunca entender o significado. Os que servem ao
Governo Federal sempre reclamam de uma mesquinhez ou outra, quase nunca a
reivindicação é plausível. Reclamam de melhores condições de trabalho,
valorização, planos de carreira e de computadores, quando se tocarem que podem
obter gratuitamente. Entretanto, uma olhada rápida nas tais reclamações e
pode-se perceber que não são tão coitadinhos assim. Claro, a educação
brasileira precisa melhorar exponencialmente – isso é inegável -, mas não
exageremos.
E quando analisamos um pouco mais
a situação do ensino público, vemos que a situação dos professores estaduais e
mais criticamente dos municipais são ainda piores. Se aqueles possuem uma
estrutura razoável, ou mesmo considerada ruim por eles próprios, estes são
realmente merecedores de uma greve. Não é uma questão de quem merece ou de quem
é mais sofrido, mas de como e por que reclamar.
Reclamar... Reclamar... Existem
professores que não suportam uma reclamação e abrem a nobre boca para brandirem
um grito de injustiçados!
Para piorar o que estava ruim,
são os técnicos administrativos que, aparentemente com inveja da greve docente,
resolveram propagar suas injustas condições de trabalho! Que trabalho mais
estafante! O que diriam os garis, as domésticas, os feirantes, os motoristas de
ônibus e as classes de trabalhadores, de trabalho realmente pesado e brutal?
As dificuldades
que existem são melhoráveis se todos cumprirem apenas seu trabalho com
eficiência. E quando docentes e técnicos administrativos são incompetentes,
ignorantes irresponsáveis, negligentes, existe punição? Até hoje nenhuma
reclamação formal surtiu efeito algum. Reclamar é sempre mais fácil.
Reivindicar é sempre mais apropriado. Ser realmente eficiente e responsável é
difícil para uma grande maioria.
E continuam as greves, agora
agravada, por um tempo indeterminado, ou até que sejam cortados salários e que
se declare inconstitucional as greves. Deem a justiça para todos, sem venda nos
olhos e com as devidas medidas.
Os discentes estarão esperando
para pagar o preço, seja qual for, no fim de mais uma comédia de mau gosto.
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