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Mostrando postagens com o rótulo Varejo

Clientes e emoções em diminuta remuneração

 Nada como o ser humano para estragar o dia de qualquer outro ser humano. Penso que aquele livro errou ao afirmar que, em certas situações, o homem é o sal da terra. Ou acertou para mais, salgando demais essa terra que já se encontra amarga. A mulher do vizinho relatou que é difícil trabalhar no varejo porque as colegas ficam conversando entre si e com outras pessoas pelas redes sociais e deixam os clientes abandonados e quando ela toma a iniciativa de atendê-los (cometendo o grave erro de desrespeitar a ordem de atendimento das vendedoras) é repreendida pela chefia imediatamente superior. Uma heresia tão grande não pode passar impune. JAMAIS! Gostaria de poder ter-lhe dito que nem todos os trabalhos são assim e que certamente ela vai encontrar um lugar onde poderá ser valorizada em toda a sua proatividade. E que as intrigas dos pequenos poderes não se perpetuam.  Gostaria muito, mas não pude porque não seria verdade e nem mesmo eu acreditaria nisso.   A mediocridade...

Trabalhador Brasileiro IV

Quando a Diretoria de Recursos Humanos implementa uma política de promoção ensandecida em que os indivíduos são elevados de cargo não por qualificação e capacitação, mas por possuir um registro em um Conselho de Classe, o que ocorre é a incidência e reincidência de abusos e assédios. _ Ninguém consegue falar com você em tempo hábil- ela diz. _ Não é verdade. Todos que querem conseguem falar comigo em tempo hábil e por múltiplas plataformas. _Eu não consigo - ela retruca, contrariada. _Não é verdade. Eu marquei você em vários posts no Instagram. Então você tem uma forma de falar comigo. _ MAS EU NÃO QUERO! NÃO QUERO TER SUA CONTA. NÃO QUERO TER CONTATO COM VOCÊ! - ela salta, beirando o absurdo. _ Então não posso fazer nada. _ VOCÊ TEM QUE TER UM WHATSAPP. COMPRE UM CELULAR- ela tenta obrigar a ter um aparelho celular. - Não posso e não vou comprar um celular. Tenho outras prioridades. - ENTÃO VOCÊ VAI TER QUE ASSINAR UMA ADVERTÊNCIA PORQUE NÃO TEM COMPROMISSO COM A EQUIPE. ...

Os heróis de live

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As lives de cantores sertanejos, que saíram na vanguarda da quebra de recordes de acessos simultâneos e toneladas arrecadadas para ajudar os mais necessitados durante o atual período pandêmico são tudo o que a falsa moralidade religiosa prega nos obscuros templo (neo)pentecostais. Não é estranho que em um momento em que o populacho, naturalmente pobre, esteja sendo direcionado a fazer doações por meio da indulgência de Pocket-shows de seus artistas favoritos, que enriqueceram às custas desses mesmos pobres? Não é estranho que essa classe de "artistas" não saiba nem onde fica o próprio bolso quando o assunto é ajudar os próprios fãs? Patrocínios, poder de influência, quebra de recordes de acessos simultâneos - é só o que as lives dos cantores sertanejos são. Nada mais. Onde estão as doações? Alguém sabe para onde e quando elas foram direcionadas? Os próprios cantores doaram quanto? Nada mais que massagem ao próprio ego e pão mofado em um circo virulento são essas lives...

Fármacos ladrões

Enquanto os mortos pela COVID-19 começam a chegar aos cemitérios e preocupar as prefeituras que não sabem o que fazer com os cadáveres e os potenciais moradores da Cidade dos Pés Juntos, uns indivíduos continuam mantando a normalidade - de pilhagem, roubos, furtos e assassinatos. E, geralmente, são as lojas de serviços essenciais que acabam sofrendo ainda mais com os ilícitos. Em Aracaju, a rede de farmácias Drogasil normalmente trava uma guerra contra os furtos e roubos que ocorrem em suas lojas - e estranhamente, mesmo com provas materiais, nunca comunica à autoridade policial - e teve suas estatísticas de produtos roubados engrossada durante o quadro pandêmico. Essa semana, em uma de suas principais lojas da capital sergipana, a Drogasil foi mais uma vez alvo de ladras - que sempre visam os produtos mais caros e que, a partir do que frequentemente ocorre, os furtos e roubos são previamente planejados no que se refere aos produtos-alvo. A Drogasil, que contrata pessoas para o a...

Elite bolsonarista

Vídeo da internet A dona da Mercearia Gois, ali na esquina, anda às avessas desde que as primeiras informações sobre o novo coronavírus ( COVID-19 ) foram divulgadas - em parte porque ela pertence ao grupo de risco (tem problemas respiratórios) e lida diariamente com o populacho do Rosa Elze (o povo das ruas de trás). Para piorar um membro de sua família (um tio) está infectado com a doença da moda.  O GBarbosa do Eduardo Gomes está como outros supermercados da capital - ora controlando a entrada de clientes enquanto fecha os olhos para as aglomerações em suas portas, ora sem nenhuma preocupação com os clientes dentro da loja. O varejo informal está dando os últimos suspiros na periferia porque os "empresários", na maioria, não se preparou para as flutuações naturais de preço e de disponibilidade de mercadorias, tão naturais nesse setor econômico.  Enquanto a economia formal e informal anda tropeçando em ações danosas do governo Bolsonaro , muito antes do espalh...

Cartões de crédito

Tudo nos empurra para o abismo do endividamento com as operadoras do cartão de crédito. As passagens de transporte coletivo municipal e intermunicipal são disponibilizadas para compra com cartão de crédito. As lojas de departamento e os supermercados, varejistas e atacadistas, incentivam as compras com o cartão de crédito da casa com descontos e promoções. E uma miríade de facilidades segue uma lista igualmente gigante de cartões que podem ser acumulados na carteira, com cores, nomes e formatos diversos e que vão do convencional ao ridículo. Isso porque passou o tempo em que ter um cartão de crédito era coisa de gente rica. Estamos no tempo da popularização do acesso ao crédito e do endividamento do pobre. Os ricos estão sempre ricos porque são a vanguarda daquilo que o pobre acredita ter só por que tem um cartão C&A, Magazine Luiza ou Riachuelo. Os estudantes de graduação são bombardeados com propagandas atrativas da Nubank, do Next, do Original.  E a facilidade destes ú...

Natal Branco

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O Caminhos da Universidade sacolejava, na barulheira do motor antigo de sempre, ao entrar na cidade. Parou no posto três irmãos e seguiu a rotina para deixar os universitários mais perto de casa quando, de súbito, a SMTT indica um desvio na rota. A Vieira de Brito, interditada, deixava claro que um acidente ou um evento estava acontecendo ali. O ônibus entra na 20 de agosto, sobe na 15 de novembro e em pouco tempo a rota era retomada. E tudo poderia ter terminado nesse ponto, onde todos seguiriam a rotina de sempre, na sexta-feira negra do varejo. No entanto, os poucos metros interditados na Vieira de Brito guardavam o que desconto nenhum poderia comprar - um sonho, muita boa vontade e um exemplo de união. Dezenove comerciantes unidos realizavam o Natal Branco, sob a batuta da Marta do Bolo, que idealizou o evento e realizou, em 2017, a primeira edição do que se tornaria o I Natal dos Comerciantes neste ano.  Lojas abertas e decoradas, um palco e brinquedos para...