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Reflexão do amor que fica

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Imagem: Mountain Stream. John Singer Sargent. Não acredito que exista um dia dos namorados, nem dos solteiros, nem dos deixados. Existe saudade que se transforma em lágrimas; amor que se guarda sob camadas de uma raiva indecente; lembranças que se misturam à fantasia do cotidiano.  Certa vez alguém me disse que o amor não acabava - só mudava. E na mudança ele se feria, se magoava, revirava-se, caía e levantava. Ela disse que o amor não ia embora de jeito nenhum. Ela foi. Engraçada essa ideia de que a pessoa vai embora e o amor não. Até hoje não sei se ela tinha razão - aquela raiva indecente encobriu e embotou a razão de nós dois muito tempo depois da partida. Aliás, ninguém parte de verdade, completamente. Daí acho estranho quando as pessoas gastam o dinheiro que não têm, viajam horas e esperam tantas outras horas em rodoviárias e  aeroportos, com presentes (e sendo o próprio presente), só para mostrar o quanto amam a outra pessoa. É estranho porque na ...

Dias de junin

Finalmente junho! O tão saudoso e anualmente repetitivo mês junino apresenta-se em 2014 com a carga de um mundial futebolístico nas terras brasileiras, com a pressão de uma eleição presidencial, com greves convenientemente planejadas para os dias de jogos e de repercussão de propaganda política. É o mês em que todos os nordestinos, e turistas que conhecem o nordeste, esperam com animosidade e paixão pela cultura da região. Comidas típicas, danças regionais, motivos para ser simples são algumas das razões que fazem de junho o mês de maior espera. E vez ou outra acontece de a normalidade junina ser perturbada com a globalização e massificação de eventos passageiros, sem grande valor para o cidadão comum. No caso: Copa do Mundo, Olimpíadas... Em outras, em períodos regulares de quatro anos, as eleições para o Chefe da Nação provocam apenas um pequeno movimento, sem prejudicar muito a ordem estabelecida pelos santos. Aliás, falando em santo, quase ninguém lembra que os tais São J...

São João

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A festa de São João é realmente surpreendente! (...)Não é coisa de momento, raiva passageira Mania que dá e passa, feito brincadeira O amor deixa marcas Que não dá pra apagar(...)                                                  Fagner Sexo oral ao vivo em show, no Piauí! Se em uma praça, têm-se os presentes que o destino traz, em um galope apressado. Presentes que podem ser pessoas, fatos, abraços, beijos, mágoas contidas, sorrisos forçados e uma casca que se diverte como ninguém. E pode a praça não ser tão independente, nem tão boa como em outros tantos lugares. No entanto, é o lugar onde se deve estar uma vez que o que se quer de verdade só pode ser dito e sentido com profundidade através de uma boa toada! Nesses shows abertos ao público geral acontece de tudo: de cachaça mal tomada à sexo oral no palco. Bom, as duas coisas são boas e passíveis d...

O que os namorados não enxergam

Uns acordes. Vozes que cantarolam uma melodia duvidosa. Auês de olhares excitados e bravos. E a tal bravura conhecida por suas obras e não pela fumaça que provoca nas incontáveis fogueiras acesas, no início da noite ou no fim do dia? Bravos e bravura que não se explicam, pois ninguém quis ouvir as brasas quebrando no sereno mitológico do Antônio, o santo que carrega uma criança. A prole dos desencontros e dos presentes exposta nos braços de uma santidade. Não para o barulho e o passear dos olhos, que procuram sempre algo mais que compassos e sinceridade, declarações e dedicação, amassos e confissões. No clamor por um sincretismo ridículo e paranoico, as horas passam fingindo um medo de caminhos desconhecidos. Nada acontece. Nada muda. A criança chora no leito silencioso quando o dia, vibrante, novo, chamativo, surge por entre frestas e raios. Fora, do coma doentio do silêncio, da não resposta, do caos íntimo de um espetáculo muito bem armado, as represas oculares rebentam em pe...

Festança Junina, oxi!

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A festança nos trópicos brasileiros começou e será um mês de comidas típicas, uma  milharada, danças regionais, forró - a mais evidente, e muita diversão para todo tipo de gosto. O nordeste é o berço dessa festa toda e da mais clara e contagiante manifestação popular do Brasil. Se o poder emana do povo, as festas juninas é a bandeira de todo esse poder e do que a aglomeração popular é capaz de fazer. Da Bahia ao Maranhão, o povo irá cair no forró, mesmo que o decadente forró eletrônico, em uma contagiante chama que sempre foi capaz de fazer parar qualquer atividade nas terras de grandes personalidades- o nordeste. Cada estado com suas riquezas e suas tradições, esbanjando cultura e conhecimento, lendas e artesanatos, sorrisos e muita história para uma reveleção inesperada nas noites em que os três Santos são festejados. Embora as datas sejam fixas e poucas, nada impede que todo o mês de Junho seja uma continuação interminável de comemoração. Infelizmente, as festas junina...