Pedras nos bolsos

Foto: Hiilili Kokko (figura de Katsina). The Met. .. Fez pouco sol e a chuva pegou os transeuntes de surpresa. Eu estava em casa, andando para lá e para cá, com pesos nos bolsos e me afogando em minha realidade. Apenas sufocando com ar. As nuvens, de repente, pesaram ainda mais e a luz diminuiu. Fora ficou igual a dentro. E nenhuma música foi ouvida. E tive que remexer em recentes machucados, olhar para sangramentos e inflamações e tratar, não por cuidado, mas por necessidade social. Ninguém vai entender. Nunca vai entender. Nem mesmo quando, um dia qualquer, eu tiver ido para além-disso-aqui. Não há palavras. Não há momentos. Não há estados. Só o estar com o nariz na tensão superficial que é esses dias. E o que eu quero não importa, raios e trovões serão um alívio e um dilúvio será menos que o esperado. Quantas vezes o mundo acabou desde 2012?