Uma breve reflexão sobre desenvolvimento sustentável

O contraditório termo desenvolvimento sustentável tem inquietado certas alas acadêmicas que não o aceitam como balizador das reformas nas políticas e práticas ambientais.  Alegam, como se pode ver em algumas situações, que o desenvolvimento não pode ser sustentável e chegam aos extremos, em bandeiras que somente um aristocrata  moderno com uma miríade de servos pode levantar.
O fato é que esse termo é a base, de um jeito ou de outro, de práticas que demoraram a ser popularizadas nos ambientes corporativos ocidentais (o gigante oriental tem uma política muito clara sobre o uso dos recursos naturais e de como pode manejá-los em todo o globo, que não surpreende ninguém, mesmo sendo muito polêmico). Disso vemos a corrida pelo pódio de empresa com melhores práticas de ESG - nenhuma pessoa jurídica quer ter seu sistema produtivo ameaçado, e a publicidade agressiva tentando forçar os novos currículos profissionais no caminho de um corporativismo "ambientalmente sustentável"
No entanto, não estamos todos ameaçados pelos diversos sistemas produtivos que, por décadas, destruíram seus ecossistemas locais, subordinando os tais países em desenvolvimento a políticas questionáveis de produção? 
A pobreza, a fome e a violência são primas-irmãs dos discursos de manutenção de crescimento e de desenvolvimento. É o social o fator decisivo para a preservação e conservação dos recursos naturais em meio à dinâmica do mercado e das consequências da exploração do meio ambiente pelas gerações anteriores.
Ainda temos guerras movidas pela necessidade econômica.
Ainda temos discussões necessárias que se restringem a pequenas alas acadêmicas.
E ainda temos os pobres e famintos lutando para não morrer em meio às crises ambientais e sociais, em países desenvolvidos e em desenvolvimento. 
A questão não é apenas sobre manter negócios funcionando, mas até quando esses mesmos negócios funcionarão se forem mantidas as práticas vigentes de produção. 

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