Dias ruins e dias de chuva


Há dias ruins e há dias de chuva.
Nos dias ruins tudo acontece - a impressora quebra, o colega de trabalho adoece, a comida azeda, os funcionários do transporte coletivo entram em greve, a dona da empresa procura o que não deve e você cansa antes do meio-dia, pensando na vida de merda que o populacho tem.
Nos dias de chuva desliga-se o ar-condicionado, come churrasco ao sabor da cerveja, assiste um filminho, paquera velhos amores enquanto encanta novas paixões e perturbação alguma tira o seu sossego.
Acontece que dias de chuva e dias ruins podem coincidir, cruelmente, como se fosse uma brincadeira dos Deuses. 
Então você para, chama um motorista pelo aplicativo e vai embora com a fé de nunca mais voltar. Ocorre de uma cerveja estar esperando junto com o carro e o motorista, alugados a preço popularmente inflacionado, como uma surpresa boa. 
Você só precisa ir embora, ouvindo a história alheia, como quem lê a seção de crônicas burlescas de um tabloide qualquer.
A vida também é isso e mostra, em cada vão detalhe, que você é maior que qualquer dia, qualquer empresa, qualquer profissão, qualquer condição.

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