Dia 06
Minha taça está cheia de vida, esse veneno que me destrói por todos os lados e me deixa sem saídas a cada dois dias. A música preenche os recantos da casa e embaixo da escada a infância aguarda sua hora, embora há muito passada.
E eu bebo, comedidamente, a vida. Porque amanhã eu não sei se sobrará mais tempo que vida e se o que ficar for apenas meros resquícios disto que chamam de existência preciso que seja pouca a vida perdida.
Eu bebo a vida sem a prepotência de ser grande, apenas com a certeza de ser a minha. E isso basta.
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