O germe da tragédia

Foto: Palmeira dos Índios - AL. Mar/2017. Rafael Rodrigo Marajá.

Não adianta mudar o canal da televisão quando telejornal começa a reproduzir dramas reais em que pessoas morrem de fome, sede e doenças. Não adianta não comprar o jornal pela simples menção a terrorismos e crueldades com humanos e animais. O mal vai existir e deve ser combatido, debatido e solucionado; e isso só pode acontecer se tivermos a coragem de erguer-nos contra a corrupção material e intelectual e decidirmos - decidirmos- fazer alguma coisa. É por essa covardia em vir  a realidade tal como ela é, nua e crua, que vemos acidentes em estradas - ocasionados por animais soltos -, crianças morrendo de fome e sede em diversos países e, em última análise, é o principal motivo que vemos a proliferação de doenças e ratos a partir do lixo que surge e se multiplica em qualquer terreno baldio e beira de estrada.

Animais de grande porte que comem lixo e provocam acidentes automobilísticos, ratos que se proliferam em progressão geométrica e o risco de epidemias de leptospirose, zika, chikungunya e dengue tornam-se realidade. À parte os problemas ligados à saúde pública, ainda temos uma paisagem feia e decaída. Esses reflexos, diretos e imediatos, da falta de educação de um povo é simplesmente o germe que dá origem à insensibilidade quanto à mortandade de infantes e anciãos, aos problemas sociais gerados pelas guerras, que já são movidas pela ganância e pela sede de poder. 

Ao ver um animal sedento, ou outro que esteja comenda papel ou plástico, ou outro ferido pela ação humana ou simplesmente abandonado - o que você sente?

Se a resposta for "nada" ou "não é da minha conta" saiba que quem mais precisa de ajuda é você. E nem adianta interiorizar que o problema é do outro lado do globo ou do lado de casa - para certas pessoas simplesmente não há solução (ou a solução é árdua e trabalhosa).

A desgraça, o mal do mundo, às vezes, começa no fim da rua onde um animal mastiga lixo.