A lamentável situação da EM Mary Sampaio Caparica

Foto: Biblioteca da EM Mary Sampaio Caparica. Rafael Rodrigo Marajá. Mar/2017.

Tive a oportunidade de visitar a Escola Municipal Mary Sampaio Caparica, nesta terça-feira, 28, juntamente com uma comitiva formada por integrantes da sociedade civil organizada de São Paulo e Palmeira dos Índios e de um engenheiro civil mexicano e de um observador dos Estados Unidos. Ficamos impressionados com a delicadeza da gestão escolar em oferecer, com eficiência, uma educação inclusiva para crianças com necessidades especiais e com a organização do ambiente escolar, mesmo em meio a tantas dificuldades. Entretanto, um dos problemas mais marcantes é a falta de água potável e a Biblioteca da escola – não que os poucos livros sejam um problema; o problema real é o teto baixo, com telha de amianto, que torna o recinto impróprio para uso.
A biblioteca precisa de livros e de uma “reforma” que propicie um teto decente para que as crianças não enfrentem o calor infernal e insuportável que faz no recinto, o dia inteiro e a cada hora pior. É uma vergonha que uma “reforma” que custa absurdamente menos que as palestras e obras inúteis – porque não se concluem no prazo contratado – que a Prefeitura empenha seus recursos e que a Câmara Legislativa de Palmeira dos Índios tanto gosta de alardear quando aprova não seja cogitada para realização imediata. É uma vergonha que crianças precisem passar pela humilhação de ter uma escola sem uma biblioteca decente apenas porque é mais importante para o governo municipal “outras prioridades”. É uma vergonha termos, ainda, crianças sem água potável, bebendo água salobra, porque a governança não se interessa pela juventude municipal.
Será que se os filhos dos vereadores, do Prefeito e Vice-Prefeito e dos responsáveis pelas Secretárias Municipais de Educação, Cultura e Transporte estudassem na Escola Municipal Mary Sampaio Caparica iriam beber água salobra, sofreriam desidratação em uma biblioteca que é uma verdadeira sauna e arriscariam a vida em uma estrada esburacada?
Por sorte, parece que a situação poderá mudar – com boa vontade. Enquanto visitávamos a escola o vereador Agenor Leôncio também apareceu e prometeu empenhar-se para mudar a situação. Mas quero mais. Quero um compromisso da Prefeitura, através das secretarias, e da Câmara de Vereadores. Não é porque a escola atende a crianças da Tabacaria e da zona rural do povoado Bonifácio e proximidades que precisam ser humilhadas da forma que estão sendo. O poder público não estará prestando um favor, mas somente uma obrigação natural que o origina.

Prefeito, Secretários, Vereadores, abandonem as obras que dão popularidade para a mídia e voltem-se para a educação de qualidade e para as crianças, cujos pais depositaram em vossas senhorias o poder e a confiança de mudar esse quadro lamentável na Escola Municipal Mary Sampaio Caparica. 

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