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Empatia ambientalmente racista

 Empatia, no Brasil, às vezes, é sinônimo de racismo ambiental.  E não é a mera polarização norte-sul, esquerda-direita, branco-negro, rico-pobre. É um projeto de civilização que transcende as dicotomias, embora as use como justificação cotidiana.  Quando as regiões centro-oeste, sul e sudeste enfrentam desafios e tragédias todo o o país é instado a ter empatia. E exclamações como: "Pessoas sem empatia só fala em política em horas como essas" e "Aqui também tem gente de bem" e suas variações pululam em redes sociais, jornais eletrônicos e telejornais. É quase como se a humanidade fosse representada exclusivamente por essa parcela da população brasileira, sempre um passo próximo dos melhores e mais nobres sentimentos da humanidade. Então, quase que uma obrigação, tal qual acontece com a necessidade colonizadora de manter o batismo forçado de crianças na igreja católica, todos "devem" ajudar e se compadecer. Se fosse um recorte isolado, seria até convincente...

O germe da tragédia

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Foto: Palmeira dos Índios - AL. Mar/2017. Rafael Rodrigo Marajá. Não adianta mudar o canal da televisão quando telejornal começa a reproduzir dramas reais em que pessoas morrem de fome, sede e doenças. Não adianta não comprar o jornal pela simples menção a terrorismos e crueldades com humanos e animais. O mal vai existir e deve ser combatido, debatido e solucionado; e isso só pode acontecer se tivermos a coragem de erguer-nos contra a corrupção material e intelectual e decidirmos - decidirmos- fazer alguma coisa. É por essa covardia em vir  a realidade tal como ela é, nua e crua, que vemos acidentes em estradas - ocasionados por animais soltos -, crianças morrendo de fome e sede em diversos países e, em última análise, é o principal motivo que vemos a proliferação de doenças e ratos a partir do lixo que surge e se multiplica em qualquer terreno baldio e beira de estrada. Animais de grande porte que comem lixo e provocam acidentes automobilísticos, ratos que se proliferam ...

Uma tragédia em boa hora

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Foto: Destroços do avião da Chapecoense. Fonte G1. O acidente com a equipe da chapecoense veio bem a calhar para a mídia e para o Congresso. Enquanto a televisão aberta repete dia e noite as informações sobre o acidente e os nomes do mortos, o Congresso Nacional corre com votações importantíssimas para o país. Usando a tragédia alheia e com muito tato político o brasileiro assiste, com perplexidade a duas tragédias nacionais - uma envolvendo uma equipe de futebol e outra que ocorre com os vivos no coração do administrativo do Brasil. Se observamos atentamente, e com distanciamento, podemos vir que enquanto a TV faz de uma tragédia um circo midiático que serve apenas aos políticos confinados no Distrito Federal, ainda que usem e aumentem a dor alheia, com o fim único de promover ações que gerarão prejuízos a toda a sociedade brasileira.  Brasília pega fogo - manifestantes entram em conflito com a polícia, o legislativo ataca o judiciário, o executivo tenta encobrir crise...

Pequenas tragédias

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Ilustração: Soupe à trois sous. James McNeill Whistler. The Collection OnLine Sem querer, comecei o período de greve docente mais cedo e não muito feliz com a ideia de passar mais um tempo ocioso apenas para suprir a necessidade gananciosa de alguns docentes. Comecei esse lapso temporal terminando a leitura de Primeiro Amor , um romance de James Patterson e Emily Raymond. Uma ficção baseada na vida de Patterson. Enquanto lia pensava sobre as inúmeras tragédias que se passa na vida de algumas pessoas e de como as nossas tragédias, embora muitas vezes pequenas e sem a mesma profundidade de algumas que viraram romances, acabam por nos tornar isolados de nossas próprias emoções e aspirações. E quando digo tragédia não me refiro apenas à morte, à uma doença terminal ou a algum tipo extravagante de tragédia. Refiro-me a amores que vão embora depois de jurarem não ir (e que não estão com doença terminal); a pais que não conseguem ver nada além de necessidades básicas por medo de enc...

100 anos Titanicados

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Uma viagem que prometia muitas histórias e ficar marcada na própria história universal desenrolou-se de forma diversa daquela esperada. Em uma tragédia espetacular entrou para a história, deixando mortos e lembranças. Assim o Titanic não cumpriu sua promessa de agilidade e luxo nas águas geladas do Atlântico. Nesse ano o Transatlântico completa cem anos de fracasso total. À parte todos os achismos da sociedade, o fato é que ele foi a marca registrada da incapacidade humana em produzir algo perfeito. Excelente, pode ser. Também representa nossa total e entendida falta de cuidado ao lidar com as mais diferentes situações produtivas, econômicas e sociais cuja soberba ultrapassa toda forma de racionalismo. Titanic No decorrer desse centenário a humanidade aprendeu a ter certo cuidado com a natureza e  com seus meios produzidos. A tecnologia e a ciência mostraram caminhos seguros, ou nem tanto, para o desenvolvimento humano e de sua soberba. Mas será que estamos aptos a embarc...