Feira de Ciências

A V Feira de Ciências da FAPITEC/SE vem aí de novo, em mais um ano, com o árduo e desnecessário trabalho de tentar levar a "ciência" para o povo. E esse ano vai ser dentro da UFS - e ninguém me convença que é por causa da crise se o que mais parece é falta de gerência.
Essa Feira de Ciências mostra muitas coisas importantes sobre o que se faz de útil na UFS, Universidades e escolas públicas e privadas. Se você perder seu tempo visitando os projetos pibic, pibex (pibix) e pibid (se aparecer algum) vai se deparar com uma realidade estranha: alunos do ensino fundamental e médio, sem recurso financeiros (ou co baixos recursos) desenvolvem equipamentos e técnica, para uso no campo ou na cidade, que deixam os projetos universitários da UFS no chinelo.
Um exemplo é a robótica dos alunos das escolas que desenvolvem utilidades com materiais baratos e que usam lógica de programação, e a cada ano evoluem mais, enquanto que na UFS o máximo que o grupo de robótica consegue fazer é um "futebol de robôs" que claramente ofende a inteligência dos alunos das escolas públicas e particulares e acaba gerando a pergunta: só isso?
E não fica só por aí. Só observando in loco para ter uma noção da disparidade. 
A Feira da Fapitec acaba sendo inútil por que o público é restrito (embora bradem que é para toda a sociedade, dão graças a Deus por ninguém querer ir). Os docentes universitários, do alto de seu s pedestais feitos de uma tese de doutorado ou/e pós-doc, acreditam mesmo na inutilidade da Feira e retiram não só o apoio como a presença e a crítica, que poderia servir como publicidade.
O silêncio docente confirma tudo o que pode ser visto e sentido e quase ninguém tem coragem de exteriorizar.
E lá vai o Ministério da Ciência e Tecnologia gastar dinheiro em logística e publicidade para que o povo seja educado. Na verdade o certo é dizer: jogar dinheiro fora.
A logística, quando sai, sai cara demais e os cartazes que divulgam a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia sequer são afixados nos murais dos corredores. É só entrar em qualquer deparamento e verá todos os cartazes servindo como base de apoio para computadores ou jogados em qualquer lugar.
Logomarca da SNCT 2015. MCTI.
As Universidades e Faculdades particulares perceberam o desperdício de tempo e dinheiro e não se incomodam muito com a Feira.
E enquanto os docentes federais fazem greve por "valorização da categoria/ financiamento para pesquisas e viagens/ aumento de salário", o povo continua sua vidinha nada científica, servindo de bonecos de modelar de vez em quando, quando um professor ou outra decide que é bom mostrar que está fazendo alguma coisa e, majestosamente, estende a mão para uma esmola de tempo e tapinha nas costas - que acaba custando muito para os cofres públicos.
E isso deve continuar até que seja criado um órgão, ou dado poder a algum já existente, para fazer uma fiscalização efetiva do financiamento e da aplicação efetiva deste. O modelo atual não funciona. 
Mas, até lá, vamos continuar brincando de "ciência". Faz bem para aplacar a consciência de um político (ou professor) ou outro.
E não esqueça: jamais pergunte demais - os docentes odeiam questionários, principalmente sobre o trabalho maravilhoso deles, um trabalho científico irrepreensível
Deus, se existir, salve as exceções.



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