Inutilidade social

Outro dia conheci uma garota que almejava, como presente de aniversário de 18 anos, que alguém, qualquer um, tirasse sua virgindade. Listas e mais listas de candidatos foram feitas, de vizinho a completos desconhecidos, e só o tempo não passava. Ela experimentou estratégias de embelezamento, o que não funcionou muito, e maneiras de sensualizar vulgarmente, que funcionaram muito bem e que lhe rendeu muitas ligações e muita putaria falada ao pé do ouvido e, suponho, concretizada.
O dia finalmente chegou e não foi festa que houve e sim uma escapadela que lhe possibilitou a tão esperada perda e com o mais próximo que conseguiu. Daí sua vida foi um completo bacanal, de cama em cama, sobre e sob homens dos mais diferentes tipos e ideias. A graça acabou apenas quando ficou grávida.
Esse primeiro filho não nasceu - é mais fácil abortar que parir -; mas um segundo sim e pôs fim a divertida vida. Hoje ela vive sob o manto da baixa escolaridade, da desocupação e da responsabilidade de criar alguém. 
E o que eu quis dizer com tudo isso?
Que o sexo não pode ser parâmetro para avaliar os avanços ou retrocessos da vida de ninguém e que mesmo que os jornais expressem nas manchetes que os jovens que nasceram a partir de 1980 fazem menos sexo que seus pais, não podemos ignorar o fato de que as consequências da prática sexual cedo demais ou desenfreada acaba por cercear oportunidades e experiências futuras.
As escolas deveriam incluir em sua grade curricular a Educação Sexual e os pais deixarem a hipocrisia de lado porque quando seus filhos partirem para o 'sexo em qualquer lugar' será tarde demais.
Essa garota continua feia, ainda mais feia que antes, ignorante e condenada à uma vida de amor ilusório, sem sexo, sem dinheiro e com dificuldades, passando para o rebento o mesmo tipo de vida que viveu. Em suma, uma inutilidade social sua existência.
E serão inúteis todas as vidas que não recebem orientações adequadas?

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