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Disimpotente*

Se o julgo da distância cair Sobre todo o meu querer bem  Oh, bem-amada, na me odeie Se o silêncio oprimir aquilo sem nome Nomeie aquilo e chame-o de si Oh, bela flor, não me julgue Se a insistência criar caso Case-me contigo e pise-me Pois a distância, o silêncio e a insistência são impotentes diante de nós! *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Quando chega a noite*

O dia vai cair E as sombras vão cobrir a grama A noite vai chegar E s estrelas vão pintar o azul-negro As cores vão fugir Os pássaros vão morrer E a morte virá no ósculo do frio E quando uma gota de lágrima Fugida da tristeza Molhar seu rosto Eu vou te proteger dos vais Com a seriedade que te faz sorrir. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Visão*

Teus olhos são lindos e tristes Tua cor é dom tom no jardim Tua pele acalma a cor do poente. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Efeitos*

Felicidade invade O rosto nos espaços Dos lábios fechados Abrindo um sorriso Largo e sem fim Abre caminho na Facilidade da rotina Vivida e cansada De sujeira e incolor Perfuma a casa E a rua no saboreio Do rodeio pensado No passado caído E no florear o inverno Torna o inferno em Paraíso cantado da Cidade feliz. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Intocado*

Entra com a serra E a pena arrancada Da ave barreada Do ribeirão Adentra nos matos Cortados, danados, da mata curva Com a mão calosa do trabalho Duro, firme, de cortar esses caules Sente o ar fechado A terra virgem em queima De fogo brando Inundada de espécies cortadas Mesmo vendo tão intocado lugar Entra e chama os serrotes vorazes Acaba com sensatez Na matança de vida. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

A negra

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A negra tirou o short e deitou na cama. Seu cabelo cacheado cascateava pelos ombros. Seu corpo, negro, firme, rijo, acomodou-se ao colchão. Ela tinha o suor da caminhada. Tinha o cheiro do viço. Debrucei-me sobre ela, beijando-lhe as coxas, chupando-lhe a pele e sentindo seu calor.  Deitada de bruços, ela arrepiava-se ao toque da minha língua. Seu calor, seus gemidos, aumentavam à medida que subia-lhe pelas curvas das cochas e encontrava sua bunda, seus pelos arrepiados. Ali o negrume tinha a cor de âmbar, e olhando-a assim, aquela bunda arrepiada, firme, o sangue afluía-me pelos dedos, pelas veias, aquecendo-me as faces, as mãos, o baixo ventre. Ali entre as nádegas, grandes, seu suor embriagava-me de desejo e, lambendo-lhe, sorvendo seu suor, descendo a língua entre suas nádegas, sentia-me possuído pelas forças mais insanas da carne. Ela inquietava-se à medida que lhe lambia, que minha língua percorria por entre suas nádegas em direção àquele calor, àquele cheiro, àquele...

Partido*

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Foto: View on the Columbia, Cascades. Carleton E. Watkins. O frio nos corpos soltos A fome devora os solitários A Luz contorna a escuridão Na partida acabada Acaba a partida no início Antes da consumação Na hora da solidão Alguns voltam ao seio deixado Outros soltos ficam Tantos ainda não mais aparecem E quando quiser poderá chamar Na calada da noite Na borda da cama Aquele a quem precisar. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.