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Nasce um Mago, Nasceu Drummond

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foto: thesecret.tv.br Em trinta e um de outubro de mil novecentos e dois o Brasil entrou para a história como o país com mais um Mago. Mais um, apenas? Talvez devêssemos dizer o Mago das Minas Gerais, aquele que morto está vivo e que ainda vivo já era ícone da literatura nacional, na prosa, poesia e artigos. Esse Mago mineiro, Carlos Drummond de Andrade, arregimentou fãs, admiradores e entusiastas das letras, das suas letras ao longo do último século do milênio passado e, resistindo aos modismos não apenas literários, continua sendo o poeta das multidões. No dia em que vulgarmente se comemora o Dia das Bruxas, feia mania brasileira de importar a cultura alheia, devemos tirar dois dedos de prosa com quem perguntou a “José, e agora?”, e  descreveu o “Necrológio dos Desiludidos do Amor” com a sabedoria de quem ama e é intensamente vivente de si e do mundo. Drummond escreveu, sempre com sutileza, sobre economia, política e sociedade em suas linhas poéticas sem deixar a sens...

Outubro do Peito

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Reprodução: naturalb90 Outubro está chegando, mais uma vez, ao fim e mais uma vez começam a falar daquele hábito horrendo de importar a cultura estadunidense para os trópicos brasileiros. Outubro, quero lembrar, é rosa! (e essa importação é uma das poucas com verdadeira importância). A luta para a prevenção do câncer de mama é de todos e não pode ficar centrada em meros trinta e um dias; A luta é de homens e mulheres, de todas as idades. A luta é eterna enquanto o câncer matar mulheres. E o homem, o gênero masculino que adora mulheres de peitão (não falarei da bunda já que o foco do mês são os seios), precisa fazer parte da campanha, ajudando a implantar na parceira/companheira o hábito do autoexame e da busca pela qualidade de vida. Seu Jorge, outro dia aí, gravou Mania de Peitão para alertar quanto aos perigos do silicone. A mesma composição e o mesmo arranjo podem ser empregados para a mesma causa rosa já que tudo está centrado sobre o mesmo tema: a saúde feminina, o ...

Encontro Fatal

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A literatura é realmente fantástica! Passamos horas delirando em linhas de uma realidade fantástica, ou de uma magia inebriante, versando sobre terrorismo, sexo, violência, romances românticos e conspirações. O homem, entre linhas, entre livros e mundos, acaba sendo o produto do que conhece e torna verdade. Nesse meio encontramos as historias em quadrinhos (HQ’s) que imortalizam expressões, lugares e emoções através dos traços do desenhista. A literatura HQ é ainda mais interessante quando percebemos as dezenas de linhas em um único quadrinho. E como ícone de referência em História em Quadrinho temos o mestre italiano Milo Manara. Manara marcou o século XX com suas linhas e tornou-se a excelência em produção de história erótica. Em Encontro Fatal , Manara expõe ao leitor suas linhas com a característica de seu trabalho: uma história fraca. Apesar de lindas mulheres, de traços singulares que o torna reconhecível em qualquer língua, Manara não desenvolveu uma trama minimamen...

Cretinos nas salas de aula

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Imagem: avmpmpr.com.br Existem professores e existem cretinos que dão aula! Isso não é de hoje, se pensa que há algum alvo específico. Os anos de ensino fundamental aguentando os chiliques de uns homens e umas mulheres eram anos de chumbo onde tudo o que se dissesse sobre os perturbados docentes era invenção de aluno. Depois veio o ensino médio e os chiliques continuaram com um tom de reprovação por que "ninguém queria nada coma  vida". Na Universidade os chiliques continuam e agora a razão é diferente: velhos que se frustaram a vida toda estão descontando - e não é de hoje - todo o mau humor nos discentes. É claro que o poder de reprovar, pois mesmo que digam que "professor" não reprova ninguém é difícil de acreditar, acaba dando aos cretinos a oportunidade da opressão. Conheço "professores" que não conseguiriam ensinar uma criança a ler e a escrever, nem um cachorro a comer, e ainda assim se julgam muito bons no que fazem. Evidentemente...

Tem certeza que deseja sinceridade?

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ilustração: tpmsemanal.blogspot.com Até que ponto a sinceridade faz mal? O que é uma mentirinha de vez em quando? Sempre que ouço alguém dizer que quer sinceridade fico refletindo se esse indivíduo sabe exatamente o que está desejando. Sinceridade, que algumas vezes beira à grosseria, é tão destrutiva quanto uma mentira mal contada e mal fundamentada. Conheço pessoas que pedem essa forma de expressão e não suportam três frases sinceras - com essas a melhor maneira de lidar é transformando mentiras em verdades absolutas cuja natureza só uma pessoa pode saber, e é quem as inventou. Por outro lado, outro grupo que conheço lida tão bem com a realidade que mentir é uma afronta ao intelecto. Veja bem, não quero comparar ninguém, nem estabelecer uma maneira única de ver os fatos, mas uma triste constatação é que: os indivíduos gostam tanto de mentir, de inventar irrealidades, de querer ser o melhor em detrimento de outrem que acabam criando os filhos nessa mesma perspectiv...

FLIJUPIN

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Palmeira dos Índios, muito antigamente, um reduto de cultura, já deu sinais de que não está dispostas a agonizar sem lutar. Em 2014 a cidade realizará a primeira edição do Festival InfantoJuvenil de Palmeira dos Índios - FLIJUPIN -, que homenageará o escritor alagoano Graciliano Ramos. O evento ocorrerá dentro do Fórum de Cultura - FOCULT -, realizado pelo Instituto Federal de Alagoas - Campus Palmeira dos Índios, em uma parceria com a livraria Tenda Cultural. Entre os dias 27 e 29 de novembro, portanto, jovens e adultos poderão inteirar-se um pouco mais do mundo literário através de participações especiais, como a da escritora Renata Ventura. O evento é aberto a todos, não apenas alagoanos. Mantenha-se sempre informado acessado http://flijupin.com.br.

Eu não vim fazer um discurso

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Fazer um discurso não é algo fácil. Nem uma tarefa que todos sabem, naturalmente, realizar sem tremores e com o poder de cativar o público. Um discurso é um texto com vida própria e pode cativar, fazer amar, construir países ou destruir nações – tudo depende do objetivo de quem está à frente da plateia. Gabriel García Márquez , escritor de sucesso, Nobel de literatura, não gostava de discursar. E não gostando cativou plateias, da Colômbia à Suécia, compostas de jovens ou ministros e presidentes. Em seus discursos, García Márquez retratou a América Latina e o Caribe, evidenciou problemas e soluções, imortalizou amigos e dificuldades, provou – mesmo  não sendo necessário – que o medo de discursar não impede a genialidade do discurso. Eu não vim fazer um discurso reúne os discursos do Nobel ao longo de sua vida e que se mostram atualizadíssimos à realidade da América Latina e Caribe, sempre com o tom de valorização regional através da autocrítica latina e caribenha. Uma obra...