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Mandinga #12

"...pra ter seu amor fiz mandinga ..."       Verdade - Zeca Pagodinho Mandinga talvez seja a característica mais peculiar do povo brasileiro, isto é, do povo afro-brasileiro desta região do globo sem etnia e religião definidas, sem cultura única, sem, como cita Mário de Andrade em Macunaíma, sem caráter, com som exclusivo. É um ato de uso particular dos filhos do candomblé herdados de nossos ancestrais africanos e utilizado por todos, mesmo que inconscientemente. Por amor, ódio, paixão, riquezas, conhecimento; em todas as buscas o ato de mandingar faz-se presente. Nem sempre a mandinga propriamente dita mas sim uma sutil que, não raro, aparece na rotina de homens e mulheres dados ao verdadeiro conhecimento popular e de suas raízes mais afastadas. Rústica e de efeito quase garantido pela força do pensamento e das divindades do panteão negro, a mandinga deveria ser ensinada desde as séries de base na escola com...

Cristãos Bestiais

O brasileiro vive a hipocrisia religiosa mais infame que pode existir. Não basta ser hipócrita na política, na vida pessoal, nas relações comerciais, tem que ser hipócrita com as próprias ilusões que cria para justificar seus erros e suas vidas sem sentido prático – acredito que nem todos têm propósitos para estarem vivos. Nesse País de dimensões continentais e cores de pele suficiente para criar uma nova classificação de cores, a religiosidade não só atrasa o desenvolvimento como faz imperar a ignorância e a imbecilidade em praticamente todas as classes sociais onde se tem alguém que acredita em alguma verdade apóstata. Com algumas exceções, o brasileiro se considera cristão. Mas não um cristão que carrega os pensamentos, filosofias e atitudes do Cristo. E sim um cristão segregador, racista, preconceituoso e, evidentemente, extremamente ignorante, incapaz de pensar por si próprio. Quando se fala em cristão brasileiro deve considerar a intolerância, nunca praticada por aquele ...

A fabulosa ferramenta da comunicação: IRONIA

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Aracaju -SE. Foto: Ricardo Torres O que leva uma pessoa a não entender uma ironia? De todas as maneiras de comunicação oral que o homem possui a mais eficiente, e que é também uma ferramenta indispensável, ainda é a ironia, que é o pilar do divertimento e da comunicação eficaz.  Levada nem sempre a sério, ela representa a verdade nos momentos mais impróprios. Embora muitas pessoas não consigam ser satisfatoriamente irônicas, isso não justifica não entenderem quando esse artifício é usado. Das hipóteses levantadas, duas são bem categóricas: a) a pessoa não entendeu a ironia; b) a pessoa fingiu que não entendeu a ironia. Para o primeiro caso, a situação é séria. Extremamente. Para o segundo, é bem pior por que quando não se manifesta a oposição à ironia proferida significa que o que foi expresso é tão verdade que sequer há argumentos para contestar o que foi dito. E então o problema é ainda mais sério, dependendo da situação. O poder da ironia, portanto, não está no...

Mentira, sua verdade!

Mentiras - Adriana Calcanhoto Mentiras existem para persuadir, dissuadir, iludir a si e a outrem. São feitas da mesma matéria que a verdade e são de um material tão bom que resistem ao mais íntimo estado de espírito e ao mais silencioso dos pedidos. Mentira é o nome de verdades largadas ao vento e de todos os seres indispensáveis. Mente-se para esconder um fato, uma realidade crua, um status. Mente-se para tentar sobreviver e para superar (o quê?). Mente-se para carregar os partos de animais e pessoas, que sempre geram problemas. Mente-se para deixar sobre caminhos tudo àquilo que não faz parte de uma vida. Mente-se para andar. Mente-se para estar bem. Mente-se para procurar um bem. Mente-se para acordar e mente-se para seguir, sempre em frente. E quando se constrói um emaranhado de mentiras, nada resta a não ser a opção da verdade, variável, sempre transformista. Verdade não também não é confiável, mas faz parte intrínseca da mentira. Verdade. Mentira. Escolha. ...

Denegrir

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Tornar-se negro não é apenas declarar-se! A negritude está no molejo do andar e no gosto pela comida. Na dança ritmada e na alegria de compor novidades em teias de dificuldades. E foi justamente da dificuldade que surgiu a riqueza culinária e cultural do Brasil. Através de muita luta e sofrimento, mas também de coragem e devoção alicerçamos nossa nação em princípios inalienáveis da etnia negra. Derrubamos mitos e, aceitando os problemas de frente, estamos conseguindo reverter o preconceito secular sobre os de pele escura. Os eufemismos agora tomam conta de tribunais, não de exceção, e de escolas propagados pela ideia de eliminar o preconceito. Breve retrocesso da casa grande! O negro tem que se assumir sua cor não para entrar em universidades e processar outros seres, muitas vezes de intelecto mais fraco e perturbado, mas para mostrar a beleza da cultura e a força, inclusive biológica, da negritude. Embora estejamos vivendo um período em que a negritude é forma de van...