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Fim

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Um dia, quando a caminhada já está adiantada, a morte chega e arrebata a todos, um de cada vez, com a tranquilidade de uma brisa em dia de verão. E o que resta são lembranças de uma vida bem ou mal vivida. Lembranças apenas. Fim é um registro de lembranças, de vidas entrecruzadas pelos laços da amizade, do amor, da traição e da libertação. Cada um dos cinco personagens teve uma vida diferente, com amores que devassaram o conceito da própria vida, do amor, do cotidiano e convergiram para maneiras diferentes de ver e viver a vida. E, literalmente, cada um sabe a dor que carrega no coração – isso é muito claro nas páginas de Fim. Não só isso, Fim é a estreia de Fernanda Torres na literatura brasileira e deixa, sem sombra de dúvida, a marca de uma escritora divertida, irônica, arrebatadora escritora que promete muito nesse mundo das letras. Torres prende o leitor em capítulos que não só contam a história de um personagem, mas também a nossa à medida que temos como parâmetro as con...

O sossego do fim

Em cada final de período sempre há o que analisar. Rever as perdas, os valores e as vitórias. Há a possibilidade de olhar pra trás para vir o caminho percorrido. É olhando para trás é que se percebe os erros e acalenta os acertos. Em cada final, também, aparece o sorriso meio triste que significa, simultaneamente, saudade e dever cumprido. Nesses finais, pessoas que foram ícones de significados subjetivos de música e poesia durante boa parte do tempo, já não mais existem. Livros foram lidos e agora são acervo. Músicas foram ouvidas e tornaram-se marcos. O final apenas abriu precedentes para o novo, a melhoria e o crescimento. Finais não precisam ser tristes, no entanto devem ter a pitada de saudade habitual acrescida de uma boa rodada de auto-aprovação.

Chegamos ao fim

Existe quem se apaixone pelo fim e dele faça parte, projetando todas as experiências e amores na expectativa de término, de ponto final. Pontos finais. Amores finais. Suspiro final. Há uma dramaticidade em acabar tudo, em chegar ao fim. Na morte – seja de um romance, seja de uma vida. É assim que se terminam os dias e começam livros, histórias e intimidades entre leitor e escritor, entre homem e mulher, entre vida e morte. A relação entre essas duas maneiras de estado, começo e fim, é o que determina as vitórias, a saudade e as noites insones. É assim que se chega na sexta-feira, com o fim de uma semana útil, com amores guardados na gaveta, livros abertos na estante, um drama latente para o próximo começo.

O ano mais longo da história

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Dominique LeComte No ano acadêmico mais longo que já existiu, crianças foram concebidas entre o cálculo de curva e a discussão filosófica de tudo o que é permitido e proibido entre as quatro paredes de uma sala de aula universitária. Um período que desafiou a paciência de discentes bem humorados e a sacanagem de docentes mal intencionados. O ano em que o Papa renunciou em pleno Carnaval, em que foi anunciado a construção do Templo Mórmon do Rio de Janeiro, em que inúmeros desentendimentos provocaram vários finais inesperados entre almas não-gêmeas. Um ano que entrou no calendário alheio e fez 13 virar 12 por força das circunstâncias e dos fatos.  Nesses dezessete meses, foram tantas as inovações que surgiram, tantas outras oportunidades que apareceram do inesperado cotidiano, tantas partidas, chegadas e despedidas que somente o tempo fará a poeira assentar sobre os móveis velhos que, como o 2012 que insiste em não terminar, resistem às intempéries. O clima sempre foi ...