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Winner de segunda

A segunda-feira palmeiríndia é marcada pela total e completa quietude que leva à depressão qualquer alma que precise de diversão, intrínseca ou extrínseca, e que seja necessário expressá-la em ambientes coletivos. Com raras exceções, bares, restaurantes e lanchonetes são fechados e não se pode nem comprar um sanduíche. Àqueles inconformados resta caminhar a esmo e garimpar as opções que surgem. Uma dessas opções de segunda, que se pode ouvir de longe é o novíssimo Winner, localizado na Vieira de Brito e sediado no antigo prédio da Bis Pizzaria. Com taxa de entrada, o Winner controla a entrada de clientes e permite um ambiente propício para a diversão e o passatempo. Aliás, o único lugar em que não há TV ligada na esdrúxula programação da TV aberta - quem só quer assistir TV pode muito bem ficar em casa.  Música ao vivo, um bom atendimento e uma localização segura - o Winner está aí para quem não suporta o mimimi dos "bares Nutella", onde se pode ser boêmio sem ser v...

O Brega

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Misturado aos glóbulos vermelho e branco, o brega é um elemento inerente ao organismo de determinados seres e que, sem sombra de dúvidas, torna a caminhada mais leve e tranquila. Ser brega, desse modo nato, é adorar uma boa música de mesa de bar e cantá-la sem motivos em qualquer situação, mesmo que o estilo seja rock, pagode ou axé. É deixar-se levar pelas emoções que uma dor íntima, mesmo que de outrem, invada sua ociosidade. É largar-se à despreocupação de uma malandragem tão pobre que até mesmo os malandros profissionais tenham raiva do alto nível do malandro brega, pois, afinal de contas, este só precisa de uma dose de cachaça e um boteco aberto . É vestir-se despudoramente fora de moda. É andar com santo de fé (católico ou umbandista, ou os dois) e falar-lhes avidamente. Afinal, só sabe quanto vale um santo, quem o tem. É ter várias mulheres e ser preso apenas a uma delas. É ser gente. Na breguice das inovações tecnológicas e dos modelos de vida seguidos tão fortemente po...

Um desfile de atenção

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Sentado em um bar, em um dos lados de uma encruzilhada, estava a perguntar-me como, em nome da minha imaginação, um ônibus foi parar estacionado em um lugar muito esquisito e improvável quando, no encobrir do sol por uma nuvem cinzenta, começou um desfile quase de horrores, com modelos com expressões faciais que só podiam ser traduzidas como o de alguém que queria-atenção-de-qualquer-maneira. Aliás, há quem procure na atenção alheia aquilo que o seu amor próprio é incapaz de suprir. Nesses casos, quando se busca no outro o narciso que falta em si, é preciso muito mais que um relacionamento tendenciosamente fracassado.  É urgente que a criatura, não tendo mais como sustentar-se frente às dificuldades estéticas do mundo, tornar-se linda e inteligente, pois, assim, de um modo ou outro, terá o ego massageado, ou cultivado, por bajuladores ou por pretendentes cujo único objetivo acaba sobre um móvel de quatro pernas e uma superfície macia. Se, além disso, a criatura for despre...