Trabalhador Brasileiro II
O trabalhador brasileiro não tem um dia de sossego. Quando não está em funções que lhe exigem abdicação de sua personalidade, de seu posicionamento e identidade, encontra-se em dilemas sociais provocados por uma demagogia. Ameaças de demissão constantes se não obedecer cegamente a ordens, por vezes antiéticas (beirando a ilegalidade) de gerentes e supervisores; e um sem fim de humilhações cotidianas que faz do brasileiro contemporâneo um negro africano ou um índio nativo, escravizados e destituídos de suas identidades e quereres. Se é intolerável a ideia de escravização de outros povos e de objetificação do ser humano em um passado não tão distante, o que dizer do mesmo movimento, sob a aceitação legal e cultural do descendentes miscigenados desses mesmos povos, ocorrendo hoje, neste exato momento? Na volta para casa depois de um dia de trabalho em que a gerente ordena o saque de clientes de forma clara e indubitável é possível encontrar outros trabalhadores que sofrem abusos morais...