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Maníaco do Parque: entre o personagem e o homem

  O filme Maníaco do Parque tem levantado um muro de críticas daqueles que, normalmente, vivem sob o ofuscamento dos holofotes das produções estrangeiras. Há quem diga que a produção é rasa, há quem critique a contextualização de uma personagem fictícia e simbólica e há quem critique a falta de sangue e de violência explícita.  No fundo, o que se critica é a falta de carnificina, o cheiro do medo, o sangue enquadrado, os gritos de horror. E essas críticas derivam do fato de que vivemos à procura de carne apodrecida para satisfazer as nossas tão humanas necessidades de deleite sobre a desgraça do outro uma vez que não podemos, geralmente por força da lei, realizar os mesmos atos.  Maníaco do Parque, o filme, não possui as reviravoltas de criativos roteiristas que sempre encontram uma maneira de tornar as histórias mais vendáveis. Nem possui a assinatura estrangeira que daria, aos vira-latas de plantão, o sabor de uma "boa obra", mesmo que essa tal "boa obra" não pass...

Escândalos de quarentena

Vídeo da internet. Momento da prisão. O brasileiro, quando for finalmente estudado e seu comportamento dissecado, mostrará de qual matéria louca e histérica é feito. Foge à compreensão a necessidade de ariscar a própria vida e a sanidade de todos os que estão à volta apenas para mostrar a rebeldia contra a opinião consolidada por amigo e inimigos. E tudo para chamar a atenção de um homem, ordinário, que conseguiu enganar e iludir a ignorante maioria em um processo eleitoral que sequer deveria ter ocorrido, dada a interferência do poder judiciário.  Em Araraquara, interior de São Paulo (epicentro nacional da COVID-19 ), uma mulher foi presa, como a polícia sempre faz com os pobre nas favelas e nas periferias de todo o país, por estar indo de encontro com as recomendações e legislação de enfrentamento ao novo coronavírus. O poder público não está equivocado (e em países vizinhos as ações são ainda mais rígidas e incisivas). O que chama a atenção é que a mulher grita, resi...

Não nos importa a seca do sudeste

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Foto: blog do manxxxa A seca nos estados do sudeste é um problema deles. O nordeste aprendeu a conviver muito bem com as dificuldades provocadas pela seca, desde que o Brasil é Brasil. Pode parecer insensibilidade, mas é somente o reflexo de quem só tem água durante 3 ou 4 dias por semana e que mesmo assim não faz alarde de uma pretensa desgraça. E quando a água não chega nesses 3 ou 4 dias, sem desespero, espera para o próximo chiado da torneira. O que preocupa o nordestino não é a água - é o aumento na conta de energia, a alta das taxas sobre produtos, a corrupção, a violência. Além disso, é o carnaval e suas atrações, os blocos carnavalescos, a poesia, a arte, as praias, os animais assassinados por vizinhos desprezíveis  - como foi no NEAFA. Tudo isso ocupa nossa cabeça.  A água? Não nos falem de água, que esse é um tema em que nos doutoramos e já faz tempo que deixou de ser "pauta grave" 

Bolsa Família - pare de achincalhar

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foto: mundodastribos.com O Bolsa Família é o programa mais agredido da nossa história, depois da segunda redemocratização. Através dele, milhares de mulheres, muitas das quais mães solteiras e chefes de família, conseguiram fôlego para impulsionar a educação dos filhos – aquelas que têm perspectiva, pelo menos; homens e mulheres passaram a ter a oportunidade de mudar a vida da prole com o extra proporcionado pelo Governo Federal. Semelhante ao Bolsa Família, tem-se, entre outros,  o Seguro Defeso e o Bolsa Estiagem. Programas que, igual ao Bolsa Família, permitem a sobrevivência de produtores, pescadores e de suas respectivas famílias. Então, por que tantas agressões para o Programa que atende a milhões de famílias e que tem seus reflexos ainda mais abrangentes? Simples: O Bolsa Família é destinando a quem não consegue produzir, por um motivo ou outro; a quem está em situação de miséria; a quem precisa complementar a renda de forma regular. Em suma, é um programa para o...