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Novo humano primaveril

 É primavera no hemisfério sul e no centro geodésico da América do Sul nada se vê além de fumaça e de uma paisagem coalhada por prédios cinzentos de fumaça. Calor e fumaça. Sem sexo - já que ninguém aguenta montar sobre corpos sob o efeito de detritos e vegetação queimada nos pulmões -; e sem apetite - o calor não permite nada além de uma insana vontade de beber água ou uma bebida açucarada qualquer, o dia vai escorrendo, na lembrança de um suor que não existe em virtude da baixíssima umidade. Há emoções latentes que não se atrevem a ultrapassar a barreira do aceitável socialmente. Há homens que se amam. Há mulheres que se desejam. Há casais que não mais se tocam. Há corpos mimetizando pessoas.  A primavera começou. Sem poesia, sem expectativas, sem amenidades. Apenas começou porque deve, não por que escolheu. As músicas que apaixonavam e abriam essa estação retratam um tempo sem calor excessivo, sem falta de água, com flores e olhares singelos (se um dia houveram). Hoje a pri...

É a primavera chegando ao fim

Vídeo: Rafael Rodrigo Marajá Da janela podemos ver um mundo rotineiro, cronometrado, dividido entre achismos e vizinhos. E em uma realidade pandêmica, atribulada, ocupada, preocupada, nossa janela, por muitas horas do dia, são de apenas algumas polegadas.  De repente, sons celestes, tímidos, são ouvidos e a tensão aumenta. Para os fiéis, são os primeiros sinais que o Rei está passando.  A chuva cai. As janelas são fechadas. O povo corre. E então o verão mostra sua face durante a primavera. É o fim para ela. É o renascimento para ele.  É o espetáculo belo, gratuito, aleatório, perigoso e dominador.  Os filhos da tempestade não temem e os Orixás mostram, embora não precisem, a vida que flui, muda, transforma e é transformada.  Vídeo: Rafael Rodrigo Marajá

Depois da chuva

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As chuvas de maio preparam o caminho para o inverno e parece que ficamos mais propensos a sentimentos de proximidade com o outro. O frio parece uma liga que nos conecta a padrões de convivência. E então, quando a chuva tranca-nos em casa, parece que não há como suportar tantos quereres. E estar só é apenas o prelúdio de uma situação que não termina. O inverno chega. Nosso íntimo clama e lamenta. E dia após dia somos carne e ossos envoltos em frio, água e sentimentos. Palavras perdem o sentido à medida que o inverno vai passando. E quem sobrevive a tamanha pressão poderá dormir no doce clima primaveril. Como, no entanto, sobreviver para viver tal momento? Foto: Rafael Rodrigo Marajá/Arquivo Pessoal.

Sol a pino

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O inverno já disse adeus e chegaram as tardes de sol a pino . Agora é deixar para lá lençóis, casacos e bebidas quentes; empurrar para fora toda a umidade e as sombras que trouxeram o frio. O branco da cortina do amanhecer começa a dar espaço para a beleza do crepúsculo e só quem já passou pelo calor, pela poeira e pela procura de um pouco de sombra em um banco de praça vai saber apreciar o céu crepuscular no sertão, no agreste e, vez ou outra, no litoral. As tardes quentes começaram e é hora de começar a detectar as rotas das brisas durante a tarde e se sonhar não é regra, é, ao menos, um prazer que se apossa da gente durante aquela sesta depois do almoço. Tardes de sol, suor, sorvete, riso frouxo, pequenas fofocas brancas e grandes intrigas empoeiradas. A primavera dá seus sinais de verão (apesar do Jasmineiro só florescer bem mais tarde). E não tardará para que as murmurações comecem contra o sol, a distância entre os lugares e as pessoas. Vem aí, também, lembranças, visitas ...

Uma hora

Durante o verão, nos trópicos, existe uma possibilidade imensa que é desperdiçada todos os dias durante pouco mais dos três meses de veraneio da humanidade.  Essa possibilidade é o simples fato de ter a luz solar às quatro da manhã, todos os dias – com a rara exceção dos dias nublados e chuvosos. Aparentemente irrisório, acordar cedo durante o verão, e , diga-se, a primavera, brasileiro é uma conquista a mais quando esse fato é utilizado adequadamente, de modo produtivo, durante o tempo que ele dura. E não só acordar cedo. Fazer mais, trabalhar mais, fazer mais Hobby, divertir-se mais. É uma adição à vida e a uma gama de outras tantas possibilidades. Entretanto, quem acorda cedo? Quem levanta às quatro e observa o nascer do sol? Quem vive?

Luar

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Lua do céu sergipano Uma das vantagens de morar no nordeste, e principalmente em lugares pouco poluídos, é a capacidade de observar o céu azul escuro, quase negro, da noite que se aproxima todos os dias durante o arrebol. E de noite, tão vasta noite, o calor torna-se essencial para um bom sono. O calor que surge da correria, da brincadeira, da pressa e da harmonia que aparece ao viver, da forma mais simples que pode existir. Correr durante a noite é recompensador uma vez que a temperatura do corpo faz nascer suor e este, junto com a brisa, torna único o momento. E esse suor pode vir de qualquer meio físico capaz de encharcar qualquer tipo de roupa. Entretanto, o que existe de interessante, ou uma dos milhares de eventos interessantes que só acontece durante o mar negro da noite, é o luar e o processo de iluminação da superfície terrestre. A lua assume o papel de sol da noite quando sua transparência é suficiente para dispensar a luz artificial. Ou quando simplesmente brilha i...

Vem a Primavera

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Av. Pres. Tancredo Neves. Aracaju - SE. A próxima es A ESTAÇ tação – a das flores- já manda seus anúncios para que todos se preparem para os três meses de sol, calor e prévia de verão. Primavera no Nordeste brasileiro é o mesmo que Verão antecipado. Nas mais diferentes cidades nordestinas é possível notar o começo da incidência de mais ventos durante a noite e mais calor durante o dia. Em Aracaju - SE as noites já estão mais agradáveis com um pouco mais de brisa que vem da praia. Os terminais de integração, alguns, já estão mais ventilados e somente algum incidente com alguns indivíduos fumando maconha dentro de algumas linhas de ônibus pode levar a um pequeno desagrado, nada muito anormal para a noite. Em cidades como Palmeira dos Índios - AL a temporada dos ventos também começa tímida até transformar-se em uma constante na Primavera e no Verão. Na alagoana, os ventos são o charme desse período e torna o excessivo calor do dia uma lembrança interessante para ser apreciada, aco...