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Anístico*

A madrugada tem os pelos que voaram das brincadeiras alheias de cães e gatos, muitas das quais o perigo de uma morte fez-se presente nos mais elementares momentos inesquecíveis. O perigo não é o de uma morte sem presença de palco em uma vida completamente banal, tão igual a um infarto na hora gloriosa do recebimento de um prêmio, mas de uma vida na qual somente os olhos humanos a viram. Com olhos de lince, que mesmo nunca tendo visto um sabe da agilidade daquelas retinas, os felinos vêem, no espectro azul, a cor do que importa e corre, entre perigos e cães, a linha tênue que leva à cama nessa madrugada fria. O mesmo início de dia que acomete de infortúnios diversos seres pelo mundo ainda escuro é o mesmo que incide sobre a cômica tragédia que é não sorrir frente às ironias trazidas logo mais pelo sol. Se é mais divertido escarnecer dos percalços do dia, por que teria que chorar sob a lápide de desimportantes fatos? E, sorrindo das tragédias pessoais que quase ninguém acreditaria ...

Mundo - Antologia Poética

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  Somos inconstantes, mutantes em vidas que vagueiam entre acalantos e desavenças. Pedimos portas abertas, fechamos janelas e encontramos no alheio o que geralmente nossa inconstância permite: o inesperado. Em outros olhos, bocas e corpos descobrimos o poder da palavra escrita, dita várias vezes, creditada sempre ao ineditismo de um mundo onde só existem as fantasias, nem sempre boas, nem sempre más, de um estado de espírito único, quase sempre acompanhado de um sentimento. Esse mundo pode, às vezes, condensar os vapores da agonia, da alegria, do amor e da espera em palavras versadas, detentoras de inúmeras traduções possíveis. Um mundo que agrega sentimentos, nem sempre controversos, e que se particiona para que cada um possua seus mundos particulares. Um mundo colérico que abriga a raiva de um amor machucado. Um mundo açucarado que transforma em flores a poeira do banalismo do cotidiano. Um mundo justo com as prostitutas. Um mundo cego aos apelos do futuro, todo em...

Eu e outros cronistas

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Em breve será publicada a Solilóquio – Antologia de crônicas – organizada pela Cogito Editora e pelo Blog da Gaivota. Será a segunda participação em produções da Cogito e a segunda de 2014, agora em um estilo diferente. A crônica participante, inédita, é de um tempo atrás, não muito distante, em que, sem saber o que dar de presente em um certo aniversário, escrevi um texto singelo. Anístico é presente e homenagem que agora se torna imortal aos olhos do publico ao integrar a Solilóquio. Como no caso da poesia, não me considero escritor, apenas alguém que de vez em quando acerta no ponto das letras. Solilóquio será lançada em setembro, mês em que Anístico foi escrita e dada.  E, em breve, vocês conhecerão esse inédito.

Eu e outros poetas

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Dois mil e catorze está registrado em poesia, em antologia. O resultado do Concurso Internacional de Poesia da Cogito Editora resultou em uma antologia em que reuniu os cem primeiros colocados. E eu estou lá. Sempre digo que poesia é difícil de fazer por que utiliza pouco espaço, em uma forma sempre mutável, ao gosto do poeta. E isso é outra coisa: não me considero poeta... Aliás, todos podem escrever poesia. Se vai ser boa aí a história já é outra. O poema Passado Perfeito , cuja história e origem guardo-as só para mim, como um recurso criativo em que ninguém mais tem participação direta, foi o escolhido. E eu ofereço-o a todos que tem um passado, que é perfeito justamente por que passou.  Poema publicado

Liberdade Negada

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Os anos de ditadura, ou dita mole como alguns um dia chamaram, levaram o País às mais diferentes e inusitadas maneiras de lutar contra a opressão. Em meio ao processo ditatorial muitos foram mortos e encontrados, outros apenas mortos e desaparecidos e outros tantos e tantos foram silenciados “pelo bem da identidade nacional”. Brasil, ame-o ou deixe-o! Certamente se todos pudessem teriam abandonado suas casas inseguras e partido para o exílio. Infelizmente apenas uns poucos puderam fazer isso. A maioria teve que ficar e suportar. Jorge Amado teve suas obras queimadas em praça pública por ser considerado subversivo. Que tragédia! Na música A Banda do Chico passou e todos, um dia, falaram do que era importante com Vandré para não dizer que não falaram das flores. Entretanto, entre a cultura possuída pelo poderio militar e a vida comum existia a inflação controlada e a paz nas ruas, como dizem – a verdade é deixada para quando tivermos nos recuperado de tamanha ferida, e o amor atr...

Entrevista com Ivan de Almeida

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Ivan de Almeida A conversa de hoje é com o jornalista, editor e escritor Ivan de Almeida. Em 2009 Almeida fundou a Cogito Editora e desde então tem publicado coletâneas de autores locais e internacionais, como é o caso da Antologia Poética- Cogito que surge a partir do Concurso Internacional promovido pela Editora. É autor dos livros Ciclo do Pareta e outros Poemas e Mídia e Carnaval. Está para lançar a biografia Argeu - Uma vida de trabalho, coragem e ternura. E conversamos sobre a arte de escrever, as novidades editoriais de sua editora e autores/livros. Rafael Rodrigo Marajá: Por que escrever? Ivan de Almeida: É uma forma de deixar algo para as futuras gerações. Descobri minha inclinação para a poesia em 1996 e hoje como jornalista e pesquisador tenho a escrita não somente como arte mas também como instrumento para o relato histórico de coisas, lugares e pessoas. R.R.M.: O jornalismo abre muitas portas para o profissional. Alguns acabam reunindo uma vida inteir...

Infinito Solitário

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O infinito pode ser descrito matematicamente através de um símbolo e geralmente é pensado em algo, ou um lugar distante, inatingível; tão imenso que o homem não é capaz de almejar alcançar. E, do mesmo modo, o homem tem medo da solidão, do vazio – trazido pelo infinito, às vezes. Juntos, o Infinito e a Solidão, podem destruir o homem, levantar impérios, globalizar o medo, ver o futuro e tentar esquecer o passado. Capa da Obra E é assim que surge Infinito Solitário , obra do escritor André Castro. Um livro capaz de tornar real alguns medos, imaginar algumas desgraças e aprender com o erro fictício, muitas vezes tangível, o caminho pelo qual não se deve percorrer. Castro mostra ao leitor um panorama onde a localização geográfica não tem tanta importância, nem busca a perfeição do canto da beleza; mas evidencia os deuses modernos que regem a humanidade e o impacto que exercem na vida daqueles que não apenas curvam-se ante seus desejos como também forçam todos os que o seguem a...