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Meia vida de domingo

 Entre sombras que abrandam o calor do sol em um inverno incerto e risos sapatônicos no fim do corredor há aplicativos que nos roubam de nós, amortecendo as atribulações que nos auto infligimos; há pensamentos que se escondem entre escombros de sonhos; há fragmentos de uma pessoa próxima da esquizofrenia.  Acabamos por deixar que algoritmos nos digam o que comer, como viver, de que forma trabalhar. Permitimos que nos ditem os passos da felicidade que, assim como o corpo perfeito, jamais atingiremos sem uma imensa equipe de marketing.  E seguimos sendo imperfeitos, moles, redondos, com o cabelo mal cortado, com a comida menos fotografável, adjetivando redes sociais e nos sujeitando ao segundo plano de histórias próprias e pessoais.  A igreja neopentecostal já terminou os trabalhos de lavagem mental dos pobres que a frequenta todo domingo de manhã. Agora os velhos e os animais podem sentar do outro lado da rua sem o incômodo de um deus ficcional a olhar-lhes por meio d...

O assunto e o motivo

 É sempre sobre domínio e poder.  Não é sobre a imortalidade da alma, um paraíso - aquele lugar idealizado e idolatrado. Não é sobre um possível amor ao próximo - se tal amor e tal próximo sempre são selecionados, direcionados, excludentes. Não é sobre uma paz com animais selvagens e ferozes - se é o homem o mais feroz e atroz dos animais. Não é sobre continuar a humanidade em famílias com gêneros diferentes e crianças saudáveis - se é essa concepção que abandona bastardos à própria sorte em rodovias e esquinas diversas.  Não é sobre ilusões que remetem a um falso deus, morto em toda porta comercial.  É sobre o poder político e econômico. É sobre dominar o outro até mesmo onde lhe é mais íntimo, pessoal e particular. É sobre retirar a humanidade de infelizes vítimas de estruturas sociais degradantes e crueis.  E nada além disso. 

No vale de idiotismo

 Vamos crescendo e entre chibatadas "educadoras", chacotas "inocentes" e sonhos capitalizados acabamos tornando-nos insensíveis e avaliadores do outro com certa malícia necessária, embora muitos não consigam escapar das armadilhas sociais.  É assim que se reconhece o cretinismo senil dos evangélicos, aquelas mulheres que usam o útero como meio de vida por meio da geração de criaturas infelizes e dos homens que acham na toxicidade de comparações penianas disfarçadas de certos "sucesso".  E como escapar? Nem sempre dá. Às vezes só dá para escapar sendo bem cretino e em outras sendo patriarcalmente preconceituoso.  É isso ou se render às imbecilidades de um cotidiano deplorável.  Ali na frente mesmo, a múmia evangélica crê que se falar o nome de uma certa deidade ficcional poderá ser salva da lama do pós-vida que a espera. Confrontada com essa realidade, fica ofendida - mais com o fato de que vai servir como adubo do que com a negação da falsa deidade.  Na ou...

O preço da salvação

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(...) a salvação é gratuita                                         2 Néfi 2:4 Se você sair andando pelas ruelas de Palmeira dos Índios e entrar em uma certa congregação vai se deparar com envelopes e “óleos vindos” de Israel e do oriente, todos com fins de comprar a saúde, a cura espiritual e um lugarzinho no paraíso. Andando um pouco mais e seguindo a cantoria, você vai se deparar com CD’s, livretos e mais pedidos de um dízimo generoso para levar adiante “a obra de Deus”. E quanto mais andar, mais vendas irão aparecer. E pobres, que quase não têm o que comer, estarão lar, regiamente, colocando suas contribuições nas vendas e em envelopes. E o Deus deles ficará muito bravo se as contribuições forem muito pequenas. Imagem: A vinda de Jesus ao continente americano. LDS Church ...