O preço da salvação


(...) a salvação é gratuita
                                        2 Néfi 2:4


Se você sair andando pelas ruelas de Palmeira dos Índios e entrar em uma certa congregação vai se deparar com envelopes e “óleos vindos” de Israel e do oriente, todos com fins de comprar a saúde, a cura espiritual e um lugarzinho no paraíso. Andando um pouco mais e seguindo a cantoria, você vai se deparar com CD’s, livretos e mais pedidos de um dízimo generoso para levar adiante “a obra de Deus”. E quanto mais andar, mais vendas irão aparecer.
E pobres, que quase não têm o que comer, estarão lar, regiamente, colocando suas contribuições nas vendas e em envelopes. E o Deus deles ficará muito bravo se as contribuições forem muito pequenas.
Jesus Christ Appears to the Nephites
Imagem: A vinda de Jesus ao continente americano.
LDS Church
A salvação não tem preço. E como o Facebook sempre avisa em sua página de login – essa rede social é gratuita e sempre será – a salvação é gratuita e sempre será. Ela não possui um algoritmo para provar transformar em palavras ainda mais claras o que está estabelecido desde a Crucificação, e muito antes dela também. Claro que alguns critérios para receber esse benefício devem ser cumpridos, mas que não são vulgarizados em números monetários.

O povo, que prefere tratar com o Deus-mercador, não se importa se isso é invenção comercial ou não. É mais fácil comprar o perdão do que se arrepender de verdade; é mais prático comprar um lote no Paraíso do que pedir a quem de direito. E mesmo não sendo muito religioso ou dado às apreciações da alma é notável que se a salvação não é gratuita muita gente vai para o inferno e que o preço pago, em parcelas amortecidas pelo resto da vida em congregações calorentas e fedidas sequer vai render uma vista para o ar no além-túmulo.




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