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Mostrando postagens com o rótulo Cat

A irresponsabilidade humana in vivo

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Você vai ao mercado da esquina e enquanto passa as compras no caixa aparece um cachorro abandonado com cicatrizes por todo o corpo. Enquanto caminha pela rua encontra gatos abandonados que são alimentados pelos proprietários do petshop. Se aguçar um pouco a visão ainda verá filhotes por todos os lados. Os animais tidos domésticos são abandonados na mesma velocidade com que nos encantamos pelo mundo digital e suas facilidades. Amamos videos de gatos bebendo água acionando torneiras e odiamos, mais até, os gatos próximos que nos pedem alimento, abrigo e proteção. Apreciamos um cachorro de qualquer raça definida e detestamos o mestiço, que só encontra respaldo social de existência em postagens de redes sociais. Ao parar para ver o que nos incomoda no cotidiano é fácil perceber que é a nossa própria insensibilidade para a fatia de meio ambiente que ocupamos que torna nossa vida cheia, feia e depressiva. É o nosso descaso com o meio ambiente que inunda cidades, desmorona casas, ...

Inverno particular

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O portão indica quando o inverno está próximo - a fechadura sempre emperra em dias cinzas e úmidos, parece até que ele é sensível como aquela música invernal da Adriana Calcanhotto.  Nesses dias a rua alaga, como sempre acontece nos logradouros calçados apenas nos papéis burocráticos da prefeitura, e pedestre algum consegue transladar-se sem perder o resto de dignidade que sobra em um saldo de vida ridículo. Na rua, entre poças e lixo, os gatos nos observa com a altivez característica dos animais exaltados. E quem não se sente abandonado entre tamanhos descasos? Quem não gostaria de poder trancar-se em casa, esperando que tudo passe, menos a chuva? Existem abandonos cruéis demais para serem descritos e momentos tristes demais que caem na conta do cansaço diário.  Não água fresca sobre nossas cabeças e nem redes que nos descanse. Só uma incessante reunião de impossibilidades impostas goela abaixo. Abaixo de nós há somente escombros de sonhos e nada mais. Eu vi o gat...

Entre sujeiras e miolos II

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Foto: arquivo pessoal.  Outro dia, de certa forma chuvoso, fui à padaria na outra rua e, no meio do caminho, reencontrei um filhote felino de poucas semanas de vida. A visão do pobre animal e a minha necessidade de um bichano para amedrontar um catito que tem desesperadamente buscado comida aqui em casa desde que a minha vizinha se mudou.  Entre adotar outro gato e não o fazer, sendo mais um humano cruel e insensível, eu fico no meio termo - igual certos artistas que conhecemos diante da política e da miséria social que está reafirmando o brasileiro como rato de esgoto compulsório.  Acabou que ainda não adotei. Não se onde ele anda, provavelmente na mesma esquina sendo alimentado pela vizinha da esquina, no fim da rua.  Tirando o meu gato (que a minha ex adúltera, mentirosa e perigosamente tóxica usurpou e jogou ao deus-dará), ainda redirecionei mais dois filhotes felinos para a adoção. Um, aparentemente continua sendo bem cuidado - enquanto estava esperando o novo l...