A irresponsabilidade humana in vivo


Você vai ao mercado da esquina e enquanto passa as compras no caixa aparece um cachorro abandonado com cicatrizes por todo o corpo. Enquanto caminha pela rua encontra gatos abandonados que são alimentados pelos proprietários do petshop. Se aguçar um pouco a visão ainda verá filhotes por todos os lados.
Os animais tidos domésticos são abandonados na mesma velocidade com que nos encantamos pelo mundo digital e suas facilidades. Amamos videos de gatos bebendo água acionando torneiras e odiamos, mais até, os gatos próximos que nos pedem alimento, abrigo e proteção.
Apreciamos um cachorro de qualquer raça definida e detestamos o mestiço, que só encontra respaldo social de existência em postagens de redes sociais.
Ao parar para ver o que nos incomoda no cotidiano é fácil perceber que é a nossa própria insensibilidade para a fatia de meio ambiente que ocupamos que torna nossa vida cheia, feia e depressiva. É o nosso descaso com o meio ambiente que inunda cidades, desmorona casas, mata-nos de calor e nos torna, paulatinamente, em seres doentes.
São os animais domesticados, objetificados pela nossa doentia carência, que estão por todos os lugares urbanos e rurais, provando, in vivo, que não temos, e nem pretendemos ter, responsabilidade social, ambiental, econômica e emocional conosco e com a fauna que nos cerca.
E quem prova isso são eles, os animais domesticados, diariamente.

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