Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Céu

Divagações sobre o céu gratuito

Imagem
Lua do céu de Palmeira dos Índios - AL Olhar o céu é de graça e o único efeito colateral é uma leve dor no pescoço, se for à noite, ou u irritação lacrimejante, se for durante o dia. Tem estrelas; tem o azul em várias tonalidades; tem a lua; tem o sol; tem o infinito; tem amores; tem dores; tem desejos; tem você. O céu noturno, por exemplo, é particularmente bonito - São Jorge e Lilith na lua, os signos do zodíaco nas estrelas, a voz de alguém dizendo quão linda é a lua, gorda, sobre o fundo negro. É bonito pelos ventos na terra; pelas fotos mal tiradas, pelos cometas que o atravessam, pela poesia que traduz. É de graça, mas custa tanto! Se essa lua que nunca vira a face pudesse falar, o que será que nos diria, depois de tantas guerras, conflitos e mudanças? O que será que nos diria sobre esse tal amor?

Finados

Imagem
Foto: Amanhecer de 02 de Novembro. Rafael Rodrigo Marajá O Finados raiou ao som dos tiros de Don Corleone sobre seus inimigos, com janelas abertas ao sabor da rara brisa da madrugada, ao som da vida urbana que desperta para o último dia da semana – feriado, mórbido, desnecessário. Sob o Sol que surge milhares de pés irão perguntar-se o que fazem nesse mundo “injusto” sem os maravilhosos mortos, descarnados pela terra. Todo morto é santo.  Toda puta é religiosa depois de morta. Parece não haver pecado sob as poucas pás de terra que separam o mundo dos vivos do dos mortos. A morte é generosa para com aqueles cruéis espécimes humanos que foram aprendizes de demônios em vida, pois dar-lhes a possibilidade do não pagamento em vida de seus pecados. Também é uma justa oferta de paz a todos os que foram exemplos de vida a ser seguido. A morte, tal qual o ciúme, é uma arma branca de dois gumes. Amores que se foram cedo demais. Inimigos que demorarão a ir. Saudades que ficam, am...

Mitologia não é pecado

Imagem
Medusa -Mitologia Grega Que a Língua Portuguesa, agora unificada na maioria dos países que falam o idioma, e a Matemática são parcamente aprendidas na escola, todos sabem. Imagine então a História e a Geografia! Dessa deficiência surgem problemas de comunicação ridículos e totalmente descabidos no contexto do tão falado século XXI. De todos os problemas, a dificuldade de comunicação e, portanto, as dificuldades de interpretação imperam na ingenuidade ignorante do povo, dos estudantes que no amanhã dirigirão o País. Não saber a História do Mundo, do País e da localidade em que vive leva o indivíduo ao embrutecimento intelectual, mesmo que este tenha o poder da matemática em suas mãos. Atente-se, porém, para o fato de que os mais brilhantes matemáticos situarem-se bem em seu tempo apenas por que sabiam da história, sua inclusive. É por não saber a História Geral que os brasileiros, por exemplo, ou uma parte considerável deles, levam ao extremo do achismo imbecil figuras...

Pela janela

Fico observando a paisagem urbana através de minha janela adaptada contra a luz do sol, na noite que chove e faz calor, e enquanto uma música toca nos alto-falantes do computador mais próximo, uma música conhecidíssima, íntima, sempre presente nos tempos idos, fico olhando para a avenida intransponível durante o dia e deserta nessa hora em que a maioria dorme e outros tantos estão acordados fazendo-se sabe lá o que! Observo, sem querer, que não existem estrelas, apenas as luzes vermelhas no topo dos prédios avisando aos aviões que existe um edifício ali. Vermelhas como o sinal de pare do semáforo, como o batom que percorre muitas bocas durante o dia, como as cartas de um baralho que enriquece uns e empobrece outros, como a felicidade de verão de casais apaixonados, como a lingerie dos filmes e fotos, como a cor dos olhos após uma desilusão – ou após uma alergia pesada. São tantas que as estrelas somem deixando um céu feio, escuro, sem brilho, sem olhos, sem passado e sem perspect...

A hora no Ônibus

Imagem
Abstrato de cheiro Que não fazer nada pode ser um pecado, todo mundo está sabendo. Que passear é um privilégio de quem não precisa estudar e depois trabalhar, sempre e cada vez mais, isso a maioria sabe sem precisar de líderes - religiosos ou políticos - que nos diga qual a cor do paraíso ou o cheiro do inferno. Entretanto, a união desses dois fatores - passeio e preguiça - é o que torna qualquer rotina em uma viagem cheia de particularidades  nem tão boas, nem tão ruins, mas sempre interessantes! Assim, tente sair de transporte coletivo, sob um sol que provoca a ira do calor constantemente, cheio de pessoas que se movimentam pelo cansaço e estresse de provas; pela pressa ineficiente de compromissos de importância duvidosa e por uma vida sempre tão igual, cuja monotonia faz qualquer criatura vegetar à luz de   um céu profundo e ao som de músicas impertinentes. Então, em um dia que a coragem subiu a um nível pecaminosamente alarmante, decidi pegar o ônibus coletivo...

Cadelas, Nuvens e Janela

Imagem
Mandacaru - Nuvens.  Foto: FlorianoFonseca Tenha uma janela larga. E depois desta, um céu com nuvens e uma luz sempre mutante que faz cada objeto e pessoa mudar de cor. Tenha tempo para olhar esse céu e sentir o peso da gravidade da terra com o olhar fixo nas nuvens. Nessas, imagine coisas. As coisas podem ser muitas. Pensamentos atrevidos e simplórios cujo objetivo é entreter, para o bem – sempre e apesar de tudo – da mente são sempre bem-vindos.  Pensa-se, assim, em animais e em gente. Em gente-animal e em animal-gente. Que a surpresa do tempo, sempre correndo, é capaz de inovar aquilo que não é o novo. Que é melhor ter como confessionária uma cadela, de igual pedigree – ou não -, que entende um elogio subjetivo à uma gente que não entende a ironia dos segredos. Sim, as cadelas e os cães são uma espécie diferente. São ao mesmo tempo iguais e surpreendentemente diferentes, incompatíveis, mas nunca opostos totalmente. Cadelas são totais, nunca parciais. São dos...

A hora da parada

Imagem
Lua Se olhar diretamente para um grande buraco, pode ter vertigem. O mesmo acontece se fizer a mesma coisa com o céu. A diferença é que a queda, em um caso pode ser pequena, em outro, fatal. E como morrer é uma atividade que ninguém quer, embora procurem, alguns, por meios diversos, talvez devessem olhar para o céu noturno e ver, sem nenhum esforço, o que a projeção do sol faz no satélite natural da terra. Essa projeção, estranha e aparentemente sem sentido, faz revelar os fatos que outrora foram importantes e que, de uma maneira ou outra, contribuíram para que o hoje fosse o futuro do ontem. Lá, entre nuvens, quem sabe, é possível ver os personagens da Pixar, da Disney e da Warner em suas eternas brincadeiras e fantasias, às vezes dramáticas demais, sempre com um fundo de verdade em cada história meio hipócrita. Cá, embaixo das nuvens e da fantasia, estamos nós, os fabricantes de sonhos, que se prendem a pequenas citações de grandes homens apenas para exp...

O céu e o Inferno ao gosto da Religião

Imagem
Nem tudo é o que parece, ou o que se quer Morrem por uma religião. Matam por uma idolatria e buscam o reino estranho de um céu mais bizarro ainda. E para quê os extremismos se a simplicidade dos fatos corrói cada parte de um todo bem maior, mais complexo, inevitável, e que está acima de qualquer egoísmo humano. Nossa pequenez acumula-se ao longo de um turbilhão de dizeres repetidos, de rituais e tradições. Esse é, talvez, o hábito mais perigoso da humanidade: buscar um Deus que vive acima das cabeças, sempre inalcançável. E o que pode ser Deus? Pergunta pertinente para quem não sabe quem é ou para onde vai. A questão não é o que, mas quem e como. O ser que transformaram em mito, ora cruel, ora sanguinário, ora injusto, ora onipotente, é apenas a simplicidade dos fatos. Indefinível, é verdade, entretanto, também não é complicado nem distorcido. A religião por si só distorce, perverte, engana, humilha, recrimina. E qualquer coisa pode ser uma religião: um amor incomensu...