As Flores do Ruanda

É extremamente fácil encontrar livros que nos remeta a um lugar distante do nosso, um espaço físico completamente diferente e muitas vezes o será para sempre – fisicamente. Nesses livros tudo acontece e nossa imaginação voa por histórias e dramas. Novelas que formam a vida real dos personagens. Difícil é encontrar um livro de autor brasileiro que tenha uma carga realista suficiente para colocar o brasileiro no estrangeiro, com direito a passaporte de nativo.
Difícil, mas não impossível!
Capa da Obra
Em As Flores do Ruanda o leitor tem a oportunidade de revisitar a terra africana, berço de considerável parte da nossa cultura, acompanhando o drama de viver em uma terra em que a lei é constantemente reformulada para garantir os interesses dos poderosos. Poder que emana de uns poucos humanoides que detém a mentira convincente, o direito sobre uma propriedade privada, a mente de supremacia sobre outros humanos. Na obra, o autor explora a dualidade entre moralidade e o-mais-correto-a ser-feito do leitor e dos personagens sob a ótica de uma guerra e de um povo que nasceu conhecendo o gosto da morte e da opressão.
Dessa maneira, Adelson Correia da Costa escreve entrelinhas em que a barbárie reside no Palácio do Governo, na casa pobre de um aldeão, no misticismo de um povo, nas flores que ornam as urnas funerárias de uma guerra a serviço das nações poderosas. Costa leva o público a avaliar seus próprios princípios quando esse ou aquele personagem, íntegro, está no perigo irremediável da morte, própria ou de outrem.
As Flores do Ruanda é um relato, fictício, de uma verdade sombria que pode ter realmente acontecido, ou acontecendo, na África, na Ásia ou no Oriente Médio. É uma obra que salta as linhas divisórias internacionais e faz do leitor o espectador do sangue que corre nas sociedades em guerra civil.

Em uma guerra, civil ou não, o que fazer para manter a paz interior?

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