Eu estou, nunca sou

São quilômetros percorridos com adversa vontade para confirmar as verdades proferidas por Kant sobre a disciplina. Metros que nos separam e nunca nos une. União e amor, seria possível a existência simultânea dessas utopias? O que me resta não é a crença utópica em delírios sobre amor e união, como o marketing voraz tenta me vender, mas a fé em mim e no que posso fazer com o reconhecidamente pouco que tenho. E não me tenho, não te tenho, não nos tenho. Sobra-me bons momentos, recepções ímpares, estar sem nunca alcançar o ser. Abaixo de mim tocam-me músicas. Acima de mim não há nada. Eu estou a cerveja, o delírio, a chegada, a partida, o estar. Eu estou. E isso é tudo.