Oposição acadêmica

As revoluções provocadas pelo bolsonarismo no Ministério da Educação só perde, em atenção, para o silêncio e a passividade dos sindicatos ligados aos servidores públicos civis da União ligados às Universidades e Institutos Federais. Por muito menos, em governos anteriores, esses representantes fizeram greves por meses, marcharam à Brasília para balir no Congresso Nacional e mobilizaram a comunidade acadêmica interna e externa a cada instituição.
Com a recente onda de "ataques" à educação brasileira  e os discursos de ódio do bolsonarismo o máximo que os sindicatos têm feitos são meras notas de repúdio - palavras ao vento que não atingem nem a própria comunidade acadêmica - e algumas passeatas quase inexpressivas. Atitudes que seriam classificadas como infantis e inúteis por Johann Heinrich Amadeus de Graaf. 
Como bem pode ser ouvido nos corredores dos prédios administrativos da Universidade Federal de Sergipe, os sindicatos estão esperando e articulando a ação da classe discente. A estratégia é colocar os alunos na linha de frente com o governo, lutando por causas de professores de gordos salários e pouco trabalho - como pode ser observado em certos departamento da UFS, em que a maior preocupação de alguns é a vida pessoal dos alunos enquanto outros não têm absolutamente nenhum papel relevante no desenvolvimento sustentável da instituição. E o que pode ser dito das universidades piora nos corredores de institutos federais - é só olhar para Alagoas, onde o cenário é de apropriação da coisa pública por servidores (um aluno chegou até a denunciar à CGU e ao MPF certas arbitrariedades de cunho acadêmico).
A educação não anda nada bem e não é de hoje. E quando se refere a instituições públicas federais o problema é ainda mais grave porque, até, agora, nenhum mecanismo de controle acadêmico e administrativo que garanta a segurança intelectual e física dos discentes. O que se vê mesmo é uma desconfiança generalizada das comunidades externas a instituições, principalmente naquelas do interior dos estados em que os pais dos alunos são praticamente obrigados a chamar de doutores, mesmo na ausência desse título, qualquer servidor ordinário.
O governo federal não está nem um pouco no rumo correto. Porém, se fizer a revolução minimamente necessária nas instituições de ensino de sua responsabilidade fará ganhar algum crédito junto à sociedade, na parcela menos ouvida - a massa de manobra populacional que os sindicatos tentam agora utilizar.

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