Natal sui generis

Foto: da internet.

As festividades natalinas nas camadas mais pobres da já empobrecida sociedade brasileira é um evento sui generis. Neste ano a novidade será uma interessante mistura entre o brega funk, a pérola do bom gosto popular, com os habituais modismos decadentes que enfeitam mesas afarofadas, paredes banhadas a cal e corpos carcomidos. 
Já surgiram os sentimentos de amor e fraternidade que tanto encobrem as mais pérfidas ações e um aura de falsa modéstia tende a polarizar as dualidades políticas da moda. Velhas sem filhos rememoram suas solidões e os fracassos em comprar amores filiais de desconhecidos e indiferentes. Mulheres a um passo da loucura com filhos igualmente loucos buscam entre a água benta e as alternatividades à solução que as tornará desculpáveis à luz de suas mais absurdas crueldades.
Sob toda essa camada de gente louca que não suporta a menor contrariedade e da parcela brega de uma pobreza que salta aos olhos, estão as idiossincrasias que impedem que sejam feitas as criticas e questionamentos ao divino. Deuses em desuso; deuses em vermelho e branco; deuses em decadência; deuses sem beleza e uma legião de beatas fazem do natal um quadro ridículo em que nada além de farsas compõem o quadro familiar e extra-familiar natalino.

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