Pobre natalício

Fonte da imagem: @amigosdobrasil.

Os pobres, dessa vez, continuam mais empobrecidos. Sem nenhum refinamento e com um dedo pobre que só aponta para a religião, os pobres estão aí, largados às traças - e não como o Zé neto e Cristiano. 
Alguns estão desejando o que outros têm - um chester, um peru, um frango assado na padaria nojenta da esquina -, ou estão simplesmente prostrados em frente ao aparelho de TV, esperando os miseráveis programas de fim de ano sem se darem conta que a vida real, mais cruel e implacável, está acontecendo no mesmo instante em que personagens trocam presentes. A vida que os espera é cheia de dramas criados pela inveja, pelo desejo do que não se pode ter.
Os pobres que estão sentados às portas, com um copo de álcool na mão, querem esquecer da miséria mental que os faz comprar roupas cafonas e caras e que sobe pelas paredes, rasteja no chão sempre sujo e que resvala na "benção" de ter uma criança de alguma adolescente imprudente.
Proliferados como uma praga e sempre presentes desde quando essas terras começaram a ser exploradas, os pobres não tem o que comemorar. Porém, como indulgência, deixa-se que brindem, não importa com o quê, o feliz natal que os ricos e muito ricos costumam comemorar. 
Essa é a indulgência da classe dominante para com aqueles que sustentam suas riquezas.

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