Paixões violentas

Quadro: The fall of Icarus. Matisse. 1943.

O que nos falta são paixões violentas. Falta-nos a urgência da violência promovida pelo amor efêmero - a completa expressividade entre dois seres. A maioria das pessoas apenas tem pessoas-chaveiro com as quais podem, nem sempre, aparecer em um ou outro evento social. A maioria apenas sobrevive em relações deprimentes para não cair no inevitável abismo da mudança e do desapego que surge ao ficar só com os próprios pensamentos e o lixo que se acumula nas estantes, nos armários e nas roupas.
Uma paixão violenta, que não precisa durar mais que uma semana e que pode durar anos, traz criatividade, vontade de viver,  desprendimento e força de vontade. São essas paixões que fazem o mundo girar, a tecnologia alcançar os mais altos patamares da inovação e a humanidade produzir as melhores peças de artes, quaisquer que sejam.
Vida insossa, paixões insossas e a mediocridade dos medos habilmente conservados e cevados pela língua do povo não levam ninguém a lugar algum, talvez a uma cova em vida.
Que as paixões violentas, uma ou mais, quebrem os paradigmas e tornem-nos servos de nós mesmos e não zumbis sociais que sorriem em autorretratos.

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