Ser crente é ser feliz?

Quando desci do Marcos Freire/DIA no terminal da Zona Oeste a primeira visão que tive foi de umas pessoas panfletando – nada demais e nada anormal. A anormalidade, além da demasiada espera por qualquer ônibus para o terminal do campus, da sujeira, dos pedintes, do calor, do fedor de milho e comida em cozimento eterno, estava na prepotência do panfleto que convidava a todos para uma confraternização natalina em uma dada igreja e afirmava que para ser feliz é preciso ser crente (em letras garrafais).
Bom, se essa é a condição para a felicidade terrena ninguém inseriu a informação no meu programa original. Ainda que eu não tenha bugado com a ousadia da afirmação é de se considerar que pessoas emocionalmente frágeis podem cair no conto da carochinha propagado por várias congregações.
A felicidade não é ser e sim estar (ou até mesmo isso esteja errado). O que não pode acontecer, como hoje é tão comum e vulgar, é a venda da crença que a felicidade pode ser engarrafada e vendida em tal congregação ou processada e impressa em outra assembleia. A felicidade talvez seja o paraíso no fim de um período negro. Ou a felicidade é a saúde, a estabilidade financeira ou um amor tranquilo.
De um jeito ou de outro o que me pareceu, enquanto esperava o ônibus para o campus, é que a crise financeira tem atingido as diversas denominações e a solução é arrebanhar fiéis pagadores de dízimos e que estejam dispostos a comprar a felicidade, não importando a procedência.

E se ser crente é ser feliz eu estou longe dessa tal felicidade. 

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