Fantasmas
Pintura: Madame X (Madame Pierre Gautreau). John Singer Sargent. 1883-84 |
Existem aquelas pessoas que passam a vida com dor de cotovelo e que
provocam uma enxurrada de citações de autoria duvidosa nas redes sociais e que parecem que não se curam nunca, mesmo
os cientistas já terem apontado que uma paixão demora até dois anos para ser
curada, após o término do relacionamento.
No outro lado da rua estão os que nem procuram nem encontram uma “cara
metade” e que mesmo assim vive entre relações conturbadas e nada oficiais.
Diferente dos outros, esses são experts em bebida, palavras obscenas e atitudes
sacanas. De certa maneira vivem em um invólucro de autoafirmação desnecessária.
No meio da rua estão os que vivem à margem de relacionamentos e das
religiões, em uma vida completamente alheia às miudezas do cotidiano, que
reduzem a existência de muitas pessoas a meros objetivos mesquinhos e sem
controle. Essas vivem a tranquilidade inquieta de serem perturbadas a qualquer
momento por um tsunami emocional ou físico.
Embora essas três formas de comportamento sejam completamente normais
não é difícil entender a depressão e os ataques assassinos que vitimam tantos
indivíduos. A depressão exterioriza aquilo que é oprimido pelas opiniões
alheias e os ataques assassinos respondem à sociedade sobre as perseguições que
cada indivíduo sofre.
Às vezes uma pessoa por oscilar entre a dor crônica de cotovelo, a
vida sacana e o alheamento. Às vezes, não. O importante mesmo é estar bem
consigo e com o ambiente ao redor, mesmo que isso seja uma tarefa difícil e
árdua.
Cada sabe onde habitam os fantasmas – da alegria, da sofrência e da
tristeza.
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