Reflexão enganosa

Self-Portrait. Pablo Picasso (1881-1973)


Vez ou outra cometemos pequenos enganos. Enganamos o cérebro errando na escrita e em suas muitas regras (que na verdade não são tantas assim, nós é que não estudamos direito e gostamos de reclamar). Enganamos os olhos olhando para coisas distantes e inalcançáveis como se tudo o que está próximo fosse irrelevante (esse ledo engano!). Enganamos o paladar queimando-o com refrigerantes. Enganamos as vidas com visões de mortes que escapam dos muitos amores que sequer chegam a acontecer. Enganamos a memória tentando esquecer.
Essa “vez ou outra” é tão recorrente que é uma perda de tempo tentar acreditar que tudo isso é fantasia para um post de um dia qualquer. No entanto, quantas datas são insensíveis ao esquecimento? Quantas formas de depreciar a si e a outrem desenvolveu hoje? Quantas maneiras de errar foram sugeridas e cometidas?
Nossas fantasias são frutíferas se empregadas para o bem comum, traduzido em arte, literatura e cinema. Fazemos de tudo um pouco, quando queremos – quando é a questão.
“Vez ou outra” deveríamos ter um olhar simplista sobre problemas, visões e percepções para que, assim como uma onda, a praia seja só um porto, nunca a parada final.


Clarice Falcão - Macaé

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