Ação própria


Estante particular

A maioria espera pelo poder público para ler, entender leis e teoremas e ser alguém pensante. E isso é até razoável se entendermos que livros são caros, que histórias são desnecessárias e que é aceitável ser ninguém até o fim da vida.
O poder público não faz nada quando o povo não se inquieta para promover o bem comum. A sociedade egoísta em que nos movimentamos exige que cada tenha seu próprio lucro, sua própria estrela nas paredes pintadas a cal dos muros públicos. Esse é o problema. Se cada um e todos, num conjunto coeso e sem individualidades mesquinhas, unissem forças para a construção de espaços comuns que atendessem a todos e promovessem a cultura e a educação grandes avanços poderiam ser alcançados.
Enquanto isso não acontece, ou melhor, enquanto cada um não aceitar sua condição e lugar, as bibliotecas caseiras podem se proliferarem. Cada um pode ter seus livros e deles fazer uso. Livros ainda não são baratos como deveriam, mas estamos nos encaminhando para isso sempre que dizemos não ao preço abusivo.

A literatura pode não comprar comida, não enfeita como uma vestimenta e nem fica disponível para que todos possam ver como um aparelho eletrônico. Ela só aumenta a capacidade de quem a tem em imaginar mundos novos, criar novos modelos, reinventar. E isso é invisível aos olhos do estrelismo velado, porém visionado em algum momento por qualquer pessoa.

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