Dois gramas de amigo
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Na foto, da esquerda para a direita: Izadora, Eu, Rafa, Rafa e Rafa. |
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Esquadros – Adriana Calcanhoto
Amigo possui diversas definições e as formas de “fazer” amigos são amplas
e tão diversas quanto à quantidade de pessoas que já viveram e viverão no
planeta.
Na prática são aquelas pessoas irritantes que aguentam a sua
irritabilidade, com o usem motivos; são seres que podem em nada se parecer
contigo e mesmo assim serem gêmeos; são pretos, pardos, brancos, amarelos, indígenas,
pobres, ricos, bissexuais, homossexuais, pegadores, putas, ladrões, cafetões,
escritores, leitores, cantores, estagiários, engenheiros, enfermeiras,
professores, vizinhos, paixões e antigos desafetos – todos são amigos de
alguém, seu, meu, de alguma forma imunes aos rótulos quando evocam a chancela amigo.
Ex-amores também podem ser amigos que sabem demais e, por isso,
mereciam um fim rápido, mas que insistem em serem e terem aquele olhar de “eu
sei” tranquilizador e condenatório. Nem sempre a ligação amigável é possível.
Talvez isso nunca seja possível se a distância for um fator da coexistência,
porém podem sempre ressurgir com a tranquilidade e a “zueira” naturais de um
amigo.
Ex-colegas de classe, ex-colegas de trabalho, ex-vizinhos,
ex-pessoas-que-conhecemos-um-dia, todos os ex-alguma-coisa podem e são amigos
em algum grau.
Amigos que não querem crescer, outros que são medíocres, alguns que
são poços de confidências. Amigos que sabem o que querem, outros que nem
nasceram. Uns que são filhos, outros que são completos desconhecidos.
Pessoas que estão a uma tecla, ou a um relacionamento, ou a uma mágoa,
ou a uma quilometragem de distância são amigos que marcaram e por alguma coisa
machucaram. Amigos machucam, assopram, curam.
Colhem as lágrimas e produzem-nas.
Mensagem para algum amigo especial? Não sei – todos são especiais e
melhores, aos seus modos, com suas particularidades, com ou sem ambição ou
partícula expressiva “ex” antes do nome.
Cada amigo deve saber que é único e nunca preterido por outro. Amizade
é o festim das paixões colossais e dos grandes amores; os amigos, os registros
vivos de uma vida.
A cada amigo, aquele abraço que não vale dinheiro nem fama, mas que
contém um grama de amor e dois de “zueira”!
Velhos Amigos - Oswaldo Montenegro
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