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Pequenas tragédias

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Ilustração: Soupe à trois sous. James McNeill Whistler. The Collection OnLine Sem querer, comecei o período de greve docente mais cedo e não muito feliz com a ideia de passar mais um tempo ocioso apenas para suprir a necessidade gananciosa de alguns docentes. Comecei esse lapso temporal terminando a leitura de Primeiro Amor , um romance de James Patterson e Emily Raymond. Uma ficção baseada na vida de Patterson. Enquanto lia pensava sobre as inúmeras tragédias que se passa na vida de algumas pessoas e de como as nossas tragédias, embora muitas vezes pequenas e sem a mesma profundidade de algumas que viraram romances, acabam por nos tornar isolados de nossas próprias emoções e aspirações. E quando digo tragédia não me refiro apenas à morte, à uma doença terminal ou a algum tipo extravagante de tragédia. Refiro-me a amores que vão embora depois de jurarem não ir (e que não estão com doença terminal); a pais que não conseguem ver nada além de necessidades básicas por medo de enc...

Falta-nos excentricidade

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Harlequin. Pablo Picasso(1881 - 1973) A matemática é cheia de grandes nomes e muitas das facilidades que desfrutamos são oriundas de estudos e perturbações no espírito de indivíduos que existiram e que não se conformaram com o mundo do jeito que era. Nem sempre o mais célebre gênio era, ou é, o mais feliz e bem resolvido. Alan Turing, precursor da Inteligência Artificial e a mente brilhante que destruiu o mistério da Enigma, tinha seu quê de amor não correspondido e terminou seus dias tal qual a Branca de Neve. Wronski (1778-1853)era mais filósofo que matemático e sua contribuição para a matemática foi o chamado Wronskiano, teorema que fornece a condição suficiente para definir se uma Equação Diferencial é ou não linearmente independente, e tinha crises de insanidade. Insanos e excêntricos, a matemática está repleta deles. E nós, não menos excêntricos e insanos, esquecemos como o devaneio e as asas da imaginação podem criar o impossível. Pode-se até argumentar que a s...

1 real de valor

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Girl at a Window. Balthus(1908-2001) O valor das coisas é variável e deve ser sempre! Para alguns o valor de um short é irrelevante, mesmo que este custe R$ 200,00.Para outros livros não podem mensurados em cifras. Sentimentos, mais difíceis de serem etiquetados, ainda podem sofrer com a variação do fluxo econômico e de parâmetros sociais. Pessoas têm valor. Objetos perdem valor. Pessoas também são objetos(?) e podem perder seu valor quando tratadas como tal. É necessário que se tenha a noção exata de seu valor, como ser humano e motivador de emoções alheias, para que a linha entre ser alguém e estar em condição de alguém não seja quebrada e o caos instalado. Objetos podem assumir o lugar de pessoas se vistos sob o olhar da importância que assumem na vida de seus proprietários. Mas são frios, inanimados, carentes do fluxo de indagações naturais ao ser humano. Não é uma questão de ter. Nunca foi. Possui-se etiqueta para que o valor pago pelas pessoas para ter a posse...

Reflexão enganosa

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Self-Portrait. Pablo Picasso (1881-1973) Vez ou outra cometemos pequenos enganos. Enganamos o cérebro errando na escrita e em suas muitas regras (que na verdade não são tantas assim, nós é que não estudamos direito e gostamos de reclamar). Enganamos os olhos olhando para coisas distantes e inalcançáveis como se tudo o que está próximo fosse irrelevante (esse ledo engano!). Enganamos o paladar queimando-o com refrigerantes. Enganamos as vidas com visões de mortes que escapam dos muitos amores que sequer chegam a acontecer. Enganamos a memória tentando esquecer. Essa “vez ou outra” é tão recorrente que é uma perda de tempo tentar acreditar que tudo isso é fantasia para um post de um dia qualquer. No entanto, quantas datas são insensíveis ao esquecimento? Quantas formas de depreciar a si e a outrem desenvolveu hoje? Quantas maneiras de errar foram sugeridas e cometidas? Nossas fantasias são frutíferas se empregadas para o bem comum, traduzido em arte, literatura e cinema. Fa...

Você entende, né!?

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                 Rain Drops - Alfred Stieglitz (1864-1946) Você entende, né!? Já notou que quando alguém usa essa frase o que na realidade ela está querendo dizer é: Estou subestimando sua inteligência e você vai fingir que não entende, certo? Algumas expressões são completamente absurdas, cujo sentido leva o ouvinte a uma aceitação eventual e que nem sempre reflete o real pensamento deste, e leva a decisões estranhas e equivocadas. Imagine se toda vez que alguém ouvisse a expressão “Você entende, né!?” a reação fosse de não aceitação da proposição os proponentes iriam pensar duas vezes em usá-la.  O que se entende não necessariamente se aceita. E o que se aceita precisa ser muito bem entendido para que não haja sentidos dúbios e prejudiciais no presente e no futuro. A inteligência alheia nem sempre está pronta para essa pergunta-afirmação que pode ser comparada a um assalto intelectual. Cuidado com o que anda indagan...