A misoginia - uma superfície
A misoginia tem raízes cotidianas. Insinua-se em pequenos desentendimentos no trânsito, no trabalho doméstico e na formação educacional. Vai tomando forma com discussões acaloradas e sedimenta-se no comportamento geral de ambos os lados. Sempre esteve presente e continuará sob novas formas e novas roupagens até que se entenda que a questão do ódio sedimentado não é uma questão de gênero, mas da espécie. Questão de dominação, o homem busca seu domínio sobre homens, mulheres, crianças. O branco busca manter seu domínio sobre o preto, o branco, o amarelo, o cafuço e os demais. O hétero busca manter sua hegemonia sobre o gay, o bissexual, o transsexual, o travesti e as demais siglas. É sobre poder. Nunca foi sobre representatividade. Sob esse manto, há questões como a misoginia, que vê a superfície e jamais atinge a profundidade, seja por incompetência estrutural dos debatedores, seja pelo plano político que se desenrola no governo dos países a partir das comunidades. A utopia de um m...