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O "concurso" Palmeirense

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O povo de Palmeira dos Índios anda que é só felicidade depois que a prática idólatra aumentou com o desperdício de dinheiro em mais uma estátua de uma santa católica (e não importa se a representação é da "padroeira"  da cidade) e, agora, com a publicação de um edital para concurso público. Estranho é que o prefeito, convenientemente, adiou a publicação do edital até estar a aproximadamente  1 ano do próximo pleito (os aprovados poderão ser convocados até o início do próximo ano). Diante da incapacidade de atrair novos investimentos capazes de promover emprego e renda no município de Palmeira dos Índios, o que restou à gestão foi publicar o edital - os pobres ficam gratos e felizes com a bondade do prefeito enquanto a classe média é também favorecida (é só olhar a distribuição de cargos e a disparidade entre o quantitativo de vagas entre os cargos de ensino fundamental e os da área médica). Sob toda essa alegria está um prefeito ameaçado de morte e um complô de g...

O mugido do Messias

Foi preciso um incêndio sem precedentes, durante vários dias e diversas críticas dos mandatários de países chave como França, Alemanha, Irlanda e Canadá para que o Messias brasileiro se dirigisse à Nação em um pronunciamento medíocre em que não informa o quê o governo federal fará para conter o incêndio cujas consequências já afetam o pantanal e as demais regiões do país. Um presidente que manda indireta à comunidade internacional ao invés de tomar conta do seu próprio território; um presidente que "doa" a base militar de Alcântara (MA) para os USA; um presidente de fake news; um presidente cujo desempenho sequer chega ao mínimo esperado. Esse é o residente de mais de 50 milhões de brasileiros.  A comunidade internacional precisa parar esse Messias citador de um único versículo bíblico antes que ele destrua o que o incêndio amazônico, os cortes nas verbas da educação, ciência e tecnologia, a reforma da Previdência e o aumento da violência em seu nome deixem passar. C...

Status quo

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Foto: Egyptian Sculpture. Charles Sheeler. Met. Embora saibamos que a vida, essa sucessão de acontecimentos aleatórios e descontrolados, seja para uns uma corrida contra o tempo para ver quem chegará primeiro a marte com uma melancia no pescoço montado em um unicórnio enquanto que para outros  ela é só uma maresia de má sorte. Independente de como se queira levar a vida, não se pode admitir a mediocridade ou a humilhação como algo normal e esperado oriundo da estrutura social e necessárias para o próprio desenvolvimento social/espiritual/econômico/intelectual. Não se pode aceitar que o homem, com qualquer  status quo, aceite trocar suas possibilidades por um medo irracional de parecer arrogante ou orgulhoso perante uma sociedade escravagista e injusta. Há uma hora que é preciso olhar para a vida, para os que condenam a arrogância, o orgulho e todos esses "sentimentos" e enviar-lhes os cumprimentos do FODA-SE. FODA-SE a vida. FODA-SE  dualidade entre o div...

Da dadivosa correção

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Escultura: God. Elsa on Freytag-Loringhoven. Met. O que fazer quando erros grosseiros são cometidos à sua frente e que a correção faz parte do seu escopo intelectual? O que fazer na delicada situação em que se deve mostrar a outra pessoa que ela não apenas não domina o conteúdo que ela mesma diz dominar e ainda mostrar-lhe cada um dos seus erros e evidenciar o que é correto? Em uma sociedade de pobres diabos como a nossa em que o ego fala mais alto que o bom senso e o desejo de progredir intelectualmente, a atitude de corrigir e apontar a direção correta nunca é vista com bons olhos pelos errantes e seus apoiadores. Esses insistem em perpetuar o erro e a ignorância e pouca coisa, ou mesmo nada, é possível fazer para converter esses pobres diabos em anjos do conhecimento. No fim, a situação determina se o pobre diabo, que pode ser um analfabeto ou um doutor, será corrigido. Correção, feita com a intenção de elucidar fatos errôneos e apontar o caminho correto, sempre é um p...

Raios indiferentes

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Foto: New York - Washington Square. Charles Sheeler. Met. Faz sol no mundo dos injustos e aqueles que não suportam um feedback estão assustados com a possibilidade de uma chuva de críticas. E tudo o que se pode acrescentar é que títulos acadêmicos não foram inventados para servir de anteparos diante de verdades trovejadas e a estabilidade financeira não serve como lastro diante da incompetência evidente e comprovada. Há aqueles sobre os quais o sol faz bem, mesmo quando o calor e a luminosidade são inclementes - são esses os justos? São esses os que dormem com tranquilidade quando a noite chega? São esses socioeconomicamente instáveis? O que se pode saber com certeza é que a luta não pode parar, assim como o sol, mesmo sobre os injustos, não para de brilhar.

Decrépitos virtuais

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Foto: Doylestown House. Charles Sheeler. Met.  A necessidade de tudo postar nas redes sociais revela mais que o início de uma patologia - revela um caráter fragilizado que, não fosse as redes sociais, travestiria-se de preconceitos para impor ideais nocivas não apenas ao meio que frequenta, mas até mesmo a aqueles que estariam fisicamente e virtualmente distantes. Indivíduos que se autoafirmam a cada passo estão tão longe de si mesmos que seria preciso reinventar a própria noção de espaço virtual e alongar as incapacidades humanas para que essas criaturas conseguissem enfrentar o espelho sem ter que impor corretivos imaginários a suas próprias deficiências. O que se tem, aos montes e nas mais diferentes hashtags, são seres que vivem na pós-verdade utilizando ora palavras antiquadas ora nenhum signo para expressar a inutilidade de seus corpos, suas mentes, suas vidas em um mundo que não precisa deles.  O mundo precisa de realidade - seja no subjetivismo da alma ...

Cultura lacrimosa

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Foto: Statue of Diadoumenos. Charles Sheeler. Met. Domingo. Como de hábito, o dia de arrumar-se, ir à uma igreja qualquer e chorar porque não se tem um "pai" ou um "filho", mas apenas a promessa escrita e incomprovada de uma vida tranquila após a morte. Histerismos. Cada um que vai a essas liturgias creem-se em domínio da verdade e de uma fé inabalável; crê-se tomados de uma religiosidade danosa, tal qual os fanáticos puritanos de Silent Hill (2006), que arrasta à lama o bom senso e a imagem da verdadeira fé. E agora que aderem ao culto da tristeza, do abandono, da perda e da morte paterna há muito pouco o que se fazer para mudar tal cultura. O remédio é viver. Os abandonados filias que superem. A morte que cuide dos seus mortos. Os vivos que aprendam a viver.