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Morte*

Luta, briga, fala Come, corre,cansa Vai, vem e some Clareia, distorce torce e segue no caminho sem sentido O sonho vem, acaba Passa e morre junto Com a alma lembrada. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Abandono*

Será que não vê mais Os mais do tempo Os ais dos casos? Que não sente mais A mão que afaga E apedreja outro olhar? Não mais está no caso Pelo ódio desprezar O ar tirado? *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Poema 1*

Limpos os dentes Pontes colares Do passado tão presente Ente de má fama Famigerado displicente Quente está seu drama Na cama de suas amas Acalma sua sanidade. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Companhia solitária

Imagem
Arte: War.  Jackson Pollock.  1947. “O isolamento em companhia de uma pessoa era mais opressivo que a solidão completa.” Angústia, Graciliano Ramos. Se for um amor pela metade, onde só existem meias verdades, meias mentiras, é melhor que nem exista amor, mas tão-somente a liberdade para gozar, apaixonar-se, enraivecer-se e arrefecer em face de um contentamento inominável. Se for uma amizade em que os grilhões do receio e do medo de ser o que realmente é então que nem seja dita amizade. É melhor referir-se ao laço como mera companhia.. Não existe amor nem amizade sem que exista a completude do ser. A liberdade para falar, fazer, deixar de fazer é o que move os indivíduos e se não existe essa liberdade e essa completude entre as partes então chegou a hora, ou sequer existiu essa possibilidade, de passar para a próxima página; mudar de nível; avançar sem receio para a próxima etapa em que a busca continua. Estar na companhia de alguém pela metade, de uma...

Prece*

Ame a rosa! E seus espinhos Suas folhas Seu cheiro forte Ame sua cor Na pouca vida No resplendor do brilho Na sacada do corte Ame a flor Na alegria da chegada Na tristeza da morte No querer bem da lembrança Ame-a Quando não puder vê-la Quando seu cheiro sumir E sumindo ela se for Ame sua rosa! *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Agressões*

Peça para calar No estopim da briga E faça cessar Todo o fim Acalme o ânimo forte Forte seja na decisão Que mata e assalta Que morde e esfacela Que cala o silêncio Pegue o orgulho Jogue-o fora Arrependa-se, jamais Jamais cale Se não for suficiente Pegue então seus bons momentos Converta na alegria do agora E, então, no infinito do já! *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.

Teu sossego*

Quando tu chorares Quando o acordar for penoso Quando o perigo te cercar Quando o céu te fizer medo E as estrelas te mirarem Quando tu sorrires E quando tu pedires Quando tu só estiveres E quando ninguém te ouvir Quando o amor pedir licença E quando o ódio teu coração tomar Quando a saudade bater E o relógio parar Quando não suportares E quando o dengo chamar Quando o esquecer surgir E quando não mais o bem-amado existir Quando quiseres conversar E quando o silêncio te roubar Quando a fome te fizer crescer E quando o orgulho te assaltar Quando partires E quando chegares Estarei ao teu lado Te esperando, no acalmar da noite. *Poema do livro   Anjo da Guarda , de Rafael Rodrigo Marajá.