Companhia solitária
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Arte: War. Jackson Pollock. 1947. |
“O isolamento em companhia de uma pessoa era mais opressivo que a
solidão completa.”
Angústia,
Graciliano Ramos.
Se for um amor
pela metade, onde só existem meias verdades, meias mentiras, é melhor que nem
exista amor, mas tão-somente a liberdade para gozar, apaixonar-se, enraivecer-se
e arrefecer em face de um contentamento inominável.
Se for uma
amizade em que os grilhões do receio e do medo de ser o que realmente é então
que nem seja dita amizade. É melhor referir-se ao laço como mera companhia..
Não existe
amor nem amizade sem que exista a completude do ser. A liberdade para falar,
fazer, deixar de fazer é o que move os indivíduos e se não existe essa
liberdade e essa completude entre as partes então chegou a hora, ou sequer
existiu essa possibilidade, de passar para a próxima página; mudar de nível;
avançar sem receio para a próxima etapa em que a busca continua.
Estar na
companhia de alguém pela metade, de uma ou ambas as partes, mata os
sentimentos, bloqueia a originalidade brega de um amor e não trás nada
proveitoso para as partes envolvidas.
É melhor a
solidão completa, criativa, mobilizadora, genuína.
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