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Apocalipse

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Pôr do sol em Arapiraca. Foto: Gabriela Santos. Os cristãos se multiplicam como ervas daninhas em um jardim sem dono. Arvoram-se, os cristãos, em uma ilusória santidade e segregam, condenam, julgam, agridem e oprimem todos os que, por tolice ou inocência,  atravessam seu caminho rumo à bajulação eterna. Os cristãos,  esses cristãos,  saem à igreja aos domingos pela manhã com a bíblia no smartphone e a cabeça cheia de depravações para adorar um Deus indignado,  omisso e onisciente. À noite,  vão a um motel com a bicha enrustida da rua ou a um terreno baldio com alguma mulher "do mundo".  E se o sexo não é mais viável,  sentam-se às portas procurando motivos para  parecerem  santos às custas de fofoca sobre a vida alheia. Os cristãos modernos, à semelhança dos antigos, criam igrejas, dizem-se protestantes, fotografam-se com a família "perfeita" e criam a fogueira na qual, mais cedo ou mais tarde, também serão queimados junto com...

A podridão que nos cerca

A religião geralmente esconde a podridão da sociedade. Por meio dela temos as justificativas para toda e qualquer atrocidade que se faça, porque é tudo em nome de uma divindade que nunca aparece, mesmo quando reinvidica a autoria do mundo e de tudo o que é bom. Filiado à uma organização religiosa, estudei a doutrina, e acredito nela, e observei o comportamento dos membros e líderes. Testemunhei e sofri agressões físicas e morais, testemunhei o acobertamento de agressões sexuais e a exploração da força de trabalho dos membros de boa vontade. Testemunhei a forma humilhante com que os verdadeiramente pobres são tratados e como a segregação e a acepção de pessoas é nefasta, ainda mais porque se usa o nome de um Deus omisso. E tudo sob a observação e anuência de líderes que misturam Igreja e Política, que visam mais a aparência em detrimento dos ensinamentos de Jesus Cristo. Líderes que se amontoam em facções para manter o domínio injusto e maléfico sobre os membros. E embora exis...

A Antares de Alagoas

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Foto: Cemitério Santo Amaro.  O Dia de Finados é engraçado no sentido mais mórbido da palavra. Não é estranho que seja dedicado aos mortos, agora habitantes ou do céu ou do inferno - para aqueles cujas religiões aceitam essas definições-, mas pela vontade superficial de parte dos viventes de mostrar o quanto sofrem pela perda. E vamos aceitar a realidade crua de que nem todos os que morreram deixaram saudades e boas lembranças da mesma forma que nem todos os vivos são capazes de expressar seu amor e gratidão aos finados. Se por acaso você subir a ladeira da rua Pedro Soares da Mota, que insistentemente tentam mudar a cada ciclo de quatro anos, vai se deparar com dois cemitérios - e não somente dois portões- apesar de os muros definirem apenas a separação das covas com as casas vizinhas e nenhuma distinção entre o São Gonçalo e o Santo Amaro. Essa falta de divisão deve ter irritado bastante aos poderosos de outrora que certamente desejaram que seus familiares não se mistu...