Apocalipse

Pôr do sol em Arapiraca. Foto: Gabriela Santos.

Os cristãos se multiplicam como ervas daninhas em um jardim sem dono. Arvoram-se, os cristãos, em uma ilusória santidade e segregam, condenam, julgam, agridem e oprimem todos os que, por tolice ou inocência,  atravessam seu caminho rumo à bajulação eterna.
Os cristãos,  esses cristãos,  saem à igreja aos domingos pela manhã com a bíblia no smartphone e a cabeça cheia de depravações para adorar um Deus indignado,  omisso e onisciente. À noite,  vão a um motel com a bicha enrustida da rua ou a um terreno baldio com alguma mulher "do mundo". 
E se o sexo não é mais viável,  sentam-se às portas procurando motivos para  parecerem  santos às custas de fofoca sobre a vida alheia.
Os cristãos modernos, à semelhança dos antigos, criam igrejas, dizem-se protestantes, fotografam-se com a família "perfeita" e criam a fogueira na qual, mais cedo ou mais tarde, também serão queimados junto com seu Deus, seu dinheiro,  sua santidade. 
Esse será o dia do verdadeiro Apocalipse.

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