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Mandar os malditos embora

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Xilogravura: A Sibila Tirburtina contando ao Imperador Augusto sobre a vinda em Cristo, após Parmigianino. Sec. XVI. Metmuseum.   Decisões são necessárias. Livrar-se de indivíduos que se divertem ao provocar prejuízos e malefícios a outrem não é uma mera decisão, mas um ato de ousadia que sempre será rechaçado por esse tipo maldito de indivíduo.  É necessário afirmar-se e criar o próprio ambiente seguro não como necessidade apenas de ego e sim como forma de autopreservação e amor próprio.  O não deve ser jogado em suas faces, sem piedade e de forma direta e incisiva.  O repúdio a esses seres não nos torna iguais a eles e nem piores que suas ações, apenas sobreviventes em um mundo cuja decadência encontra abrigo em casas de porcelana.   E bani-los é um ato de amor e caridade, ao eu interior que a tudo suporta com medo da rejeição social - um medo paralisante que tem origens nas feridas abertas de famílias e caracteres pessoais de, outrora, crianças rejeitad...

Um fim abominável

Quando se acaba um relacionamento, às vezes, um dos envolvidos tem a petulância de desejar felicidades “nessa nova etapa”. É o “seja feliz” mais hipócrita dito na hora mais inoportuna que se pode conceber. Depois do choro, do ranger de dentes, da raiva e das conjecturas e da consequente aceitação, vem a vigília nas redes sociais – sempre muito atento(a) a fotos, viagens e opiniões. A efêmera busca por indiretas respondíveis. Um dia, sempre nessa caçada, um ou outro fica feliz, sacode a poeira do passado e vai seguindo em frente. Um dos dois, sem perder nenhum detalhe da vida alheia, busca brechas que confirmem uma pseudo tristeza disfarçada ou uma pseudo dor de cotovelo latente. A pessoa que seguiu em frente, que também viveu os mesmos passos que a outra e que conseguiu simplesmente deixar para lá a bobagem que é sofrer por um “amor” abortado só pode esf...

O deus particular

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Pintura: Kathy with a Yellow Dress. Henri Matisse, 1951 O amor é egoísta. É intrínseco a quem o sente. É fabuloso. É mentiroso e magnânimo em suas manifestações. Dizem que precisamos do outro para amar - e isso é, por si só, uma mentira. No fundo, e de forma inadmissível, necessitamos apenas da representação física do outro. Precisamos apenas de um rosto que traduza o sentimento e de um corpo que ocupe um espaço, em algum lugar.  Todo o resto é bônus ou ônus. Quando se ama alguém todos os erros são perdoáveis, todas as faltas são justificáveis e todas as expressões humanamente possíveis são tratadas como pequenos incômodos de nosso deus particular. Porque quando se ama alguém este se torna apenas e tão-somente um deus particular capaz de mover as ilhas do pacífico, eliminar as doenças e sofrimentos do (seu) mundo e realizar milagres. Para esse deus chora-se, contra ele ira-se, a favor dele tornamo-nos Tersito. Em seu altar deixa-se a alma, as roupas do próprio corpo, ...

Vandalismo do amor próprio

Uma pessoa solitária só saberá que é quando, em um meio social densamente divertido e cômodo, pensar no que fazia antes e no que fará quando cegar e casa. E assim como um solitário sem noção da própria condição, uma pessoa com pouco amor próprio, acostumada a porradas emocionais e desatenção, só saberá que não é feliz quando, lutando contra a correnteza, alguém mostrar, na prática, o que significa uma relação saudável - seja de amor ou amizade. O problema é que confundimos, frequentemente, amor com doação monetária e sentimento de posse e amizade com obsessão virtual. O amor, de tanto ser dito em horas impróprias, acabou sendo vulgarizado. O vandalismo anda acabando com pessoas incríveis. O vandalismo com o amor próprio anda acabando com pessoas incríveis. Há pessoas em que a vontade de mostrar o caminho certo, ou ao menos aquele em que não é só de porrada emocional  que o amor sobrevive, faz com que o desejo de esfregar-lhe a cara no asfalto quente é mais forte que o dob...