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Sem avisos

Um dia eu vou sumir, não aos poucos como uma fruta que se parte em pedaços e é engolida sem pretensão. Será de uma vez. Súbito. Não, não é estado de tristeza ou depressão que inflama essa afirmação. É um doce sabor de quem há de experimentar um arrebatamento cataclismico. De repente, não mais que de repente (como uma vez escreveu o poeta) eu sumirei em meio à multidão, sem ser notado, sem ser perturbado, sem alarde. E ficará, se alguém algum dia lembrar, como escreveu outro poeta, versos A um ausente. É só o que restará de mim pelas mãos de outro que me antecedeu. Um dia, eu sei, eu vou sumir.  E como não se destroi um império em um único dia, assim eu vou me fragmentando, acostumando os outros com pequenas ausências, silêncios enormes. E onde eu vou parar  ninguém sabe, nem eu, nem você, Olorum, de certeza, mas ele não vai contar. E vou viajar, como o Belchior fez duas vezes.

Misturas de conhecimentos

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Quando digo que gosto de ouvir MC Catra, Valesca Popozuda, Leoni, Nando Reis, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Legião Urbana, O Rappa, Ana Carolina... as pessoas têm a reação mista esperada de surpresa e constrangimento como se ouvir apenas um estilo musical fosse o suficiente para alimentar a criatividade e saciar os insigths necessários para boas ideias.  Sim, funk, pop, rock, forró e os demais estilos são capazes de dar boas ideias para as mais diferentes situações. E ideias sem precedentes! O problema é que as pessoas acostumaram-se às limitações que se autoimpuseram e acabam sendo vítimas de suas próprias restrições. Acabam por ser medíocres e sem criatividade, sem assunto para qualquer hora e sem visão. Acabam sem imaginação, o que é ainda pior. E se fosse só na música isso seria razoável. Porém se estende à literatura, aos estudos acadêmicos e à cultura geral. O resultado imediato é um conhecimento adquirido pobre e sem muitas aplicações, limitado desde a gênese. Pou...

Piquenique Literário

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A Galera do Piquenique Literário O bucolismo do interior permite muito: ver a lua e o planeta, que vira estrela na boca de quem quiser; almoço com a quentura do verão e o cheiro da rua frequentada por animais de grande porte; olhares diferentes sobre a vida e muita criatividade para todos aqueles que inovam, sabendo disso ou não. E mais: aulas ao ar livre, experimentos de física com foguetes, ociosidade e prosa - nem sempre escrita. Podendo inovar e com a filosofia do incentivo à leitura, à aprendizagem e do 'fazer sempre algo novo', realizou-se, e ainda tem mais na próxima quinta, a edição 2015 do Piquenique Literário, organizado pela professora Edneide Ferreira Leite, com o apoio do IFAL - Palmeira dos Índios e do Clube de Leitura Passarinhar, do Selo Off flip e do escritor Fernando Aguzzoli. Quem disse que piquenique não tem graça? A Balada Poética, um show recomendadíssimo, do poeta, escritor e declamador Luciano José fez a alegria dos participantes ao recitar...

O amor é a separação antecipada

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De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto De se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. Soneto de Fidelidade Vinicius de Moraes, “Antologia Poética”. Cena do filme Quincas Berro D'Água. Quincas morto. Quem ousar aprender o Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes, deve, logo em seguida, aprender o Soneto da Separação, o complemento do amor, da fidelidade: a separação. O sol, estrelas, lua são capazes de descrever o amor que, em certas obras, para determinados momentos, para alguns olhos e corações, é ...