O Graciliano da boca do povo

Dizem que Graciliano Ramos não era dado ao puxa-saquismo ou a ser bajulado e considerando suas obras e o que delas podemos inferir ele também não possuía lá muito senso de humor para a burguesia decadente que hoje lota Academias de Letras. E isso, considerando que não o conheci e que só li suas histórias e ouvi falar dele, tendo à mão o pouco deficitário da Casa Museu Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios-AL, pode induzir-me ao erro ao falar e escrever sobre o Graciliano. No entanto, não posso deixar de notar certas singularidades na terra dos marechais e que se tornam muito engraçadas à medida que o tempo vai escorrendo pelas línguas negras da orla de Maceió. É estranho que justamente a pessoa que não gostava de ser bajulado seja rotineiramente levada à fina flor da bajulação e tenha, em qualquer lugar vulgar, o nome jogado à mesa para uma discussão literária. Ninguém diz como Viventes das Alagoas retrata incisivamente os alagoanos e as veias da corrupção e do achismo do servi...